É da mais elementar justiça que, em circunstâncias normais, ninguém seja obrigado a estar onde não quer estar.
Também é verdade que a sabedoria popular diz que só faz falta quem está presente, e se alguém não quer estar, paciência.
Ora se os autoproclamados herdeiros de Abril não querem comemorar aquilo que dizem ser o seu maior feito, não estão. Direito seu.
Se os ex-Presidentes da Republica (incluindo aquele que em primeiro lugar pediu ajuda ao FMI) e um ex-candidato a Presidente da Republica não querem estar presentes, não estão. Direito seu.
Acontece porém que os militares, feito o que fizeram, não tem direitos especiais sobre a Democracia, nem tiraram assinatura para nos governar para o resto da vida, até porque afirmações públicas recentes de alguns dos principais rostos dessa aventura como Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, fazem admitir um princípio de senilidade. E, já agora, porque quem nos governa hoje tem a legitimidade do voto em democracia para o fazer.
Por isso mesmo todos aqueles que hoje podem votar livremente e falar sem constrangimentos, nem medo sobre os nossos governantes e os nossos militares, o que no tempo da outra senhora dava direito a uma estadia com pensão completa em Caxias, agradecem a quem, na nossa opinião, por interesses meramente corporativos deram corpo a uma revolta, que devido ao estado de podridão do regime anterior se transformou numa revolução. Acabaram por chegar onde nunca tinham sonhado que chegariam, governar Portugal, até porque não tinham um mínimo de preparação para tal.
E eles sabem, que nós sabemos, que eles sabem, que é assim, e não como agora apregoam depois de procurarem reescrever a História.
Estamos agradecidos, mas só isso. Ponto Final.
Post 475