Acrescentaria que por vezes, a palavra, tem o efeito perverso de ser mais demolidora para quem a profere do que para o destinatário.
Temos assistido nos últimos tempos a um crescendo de intensidade na forma como os agentes políticos e alguns comentadores se referem aos membros do Governo, embora habituados, desde sempre, que os partidos mais pequenos utilizem uma linguagem, com pouca contenção (estou a ser moderado) para exprimirem os seus estados de alma.
Porém quando os oradores têm, por si só, alguma representatividade ou pertencem a um partido político democrático, as coisas apresentam uma maior gravidade.
Carvalho da Silva na ânsia de tornar notado o lançamento da sua candidatura à presidência da República, tem vindo a exceder-se nesse tipo de linguagem, e a sua recente afirmação de que o Orçamento do Estado para 2013 roça o "banditismo político", roça por sua vez os limites da tolerância democrática que de forma tão activa diz defender.
Já o Deputado do PS que afirmou no Parlamento que o País não "tem disponibilidade para discursos salazarentos", invocando a "bête noire" de uma esquerda diletante, não merece grandes comentários dada a pouca dimensão política de quem proferiu tal afirmação.
Apenas merecerá um pequeno exercício mental que podemos denominar de "Suponhamos".
Suponhamos, por exemplo que o ainda Ministro Miguel Relvas afirmava no Parlamento que o senhor Deputado não passava do boneco que o ventríloquo ausente, algures a melhorar a cultura, utilizava para se fazer ouvir". O que aconteceria?
Caía o "Carmo e Trindade" e choviam os pedidos da sua saída do governo e a respetiva de remodelação, a qual, concordo, já deveria ter sido feita por outros motivos.
Conclusão: Também existem Deputados que precisam de ser remodelados.
E com urgência.