UMA TACADA NO BOM SENSO
Muito se tem falado sobre a escolha feita pela Comissão de Candidatura de Portugal, presidida pelo ex-Ministro da Economia Manuel Pinho, da Herdade da Comporta para liderar a candidatura de Portugal para acolher a "Ryder Cup 2018".
Qualquer que fosse a decisão haveria sempre quem estivesse de acordo, os vencedores, e quem estivesse contra, os que não foram escolhidos. Neste caso concreto enquanto a Comissão de Turismo do Algarve vem carpir as suas mágoas, o Núcleo de Desenvolvimento do Turismo Litoral do Alentejo bate palmas e leva a sua alegria ao ponto de afirmar " O Alentejo também têm direito à vida". Claro que tem.
Não parece que o facto do Algarve poder ser considerado um dos melhores destinos de golfe do mundo (o melhor em 2000 e 2006), com campos desenhados pelos melhores arquitectos, e com qualidade para receber qualquer prova de top, da European Tour ou até da PGA, pudesse, por si só, ser determinante para a escolha. Também alegar que as infra-estruturas existentes são mais do que suficientes para albergar todos os visitantes não parece que seja um argumento decisivo.
É admissível que partindo do zero, com as especificações precisas, se possa criar o melhor campo de Golf, de quantos existam. Os hotéis podem ter as ultimas mordomias. A paisagem é fabulosa. A localização e as vias de comunicação óptimas. O facto de estar situada relativamente perto do futuro Aeroporto de Lisboa também terá de ser tido em conta. Pode em última analise ser a melhor escolha.
Acreditamos no sucesso do empreendimento, e que caso fosse escolhida a Herdade da Comporta cumpriria todos os prazos que lhe fossem impostos e todas as condições indispensaveis ao sucesso da prova.
Então porque sentimos um amargo de boca com esta decisão?
Pelo facto da Herdade da Comporta ser um projecto do GRUPO BES, com a classificação de PIN que vem do tempo do ex-Ministro Manuel Pinho que, por sua vez, preside à comissão de candidatura à Ryder Cup 2018, que por sua vez era quadro superior do GRUPO BES antes de ser Ministro.
Como diria um comediante da nossa praça "Não era necessário".
Porque quem não quer ser lobo (nem diabo, lembra-se?) não lhe veste a pele.