Temos seguido com curiosidade a polémica levantada com os valores recebidos por alguns Administradores de Empresas Privadas.
Como ponto de partida para as reflexões que se seguem deixamos claro que:
1 - Não andamos à procura de emprego;
2 - Somos da opinião, que amigos consideram controversa, de que o Primeiro Ministro, bem como os Ministros deveriam ter um ordenado bastante superior ao que recebem, diria mesmo que deveriam ser das pessoas mais bem pagas em Portugal, pois só assim se conseguiria que alguns dos mais competentes se candidatassem a tais lugares, não deixando o caminho livre para segundos planos. (E terceiros, ou mesmo nalguns casos, para o refugo).
É claro que não era preciso termos um Governo, que mais parece a assistência de um jogo de futebol do Benfica tal o numero de Ministros, Secretários e mais sei lá o quê que por lá proliferam. Mas sim para constituírem uma equipa pequena, coesa, competente, e como se diz na gíria desportiva: Ganhadora.
Se assim fosse, se calhar ainda íamos a tempo de salvar o País.
Mas para lá deste pontos prévios, é triste ver o espectáculo dado por se ter premiado o mérito, quando este foi devidamente avaliado, com regras claras, precisas, escritas e aceites. Ou o Governo também nos quer fazer crer que não sabia dos contrato assinados? Claro que sabia. Mas se não sabia não é menos grave, pois tinha a obrigação de saber. Aparecer agora a criticar quando é politicamente correcto é pura demagogia.
Não se pode pretender é vender os anéis, desbaratar o que se recebe, e quando convém ir ao "prego" buscar os ouros para os mostrar nalguma festa de sociedade. Tal como "nas vésperas de festas grandes as clientes de Tránsito Ariza reapareciam para lhe pedir o favor de desenterrar as suas bilhas e lhes emprestar as jóias empenhadas, só por vinte e quatro horas, mediante o pagamento de um juro adicional" - Gabriel Garcia Márquez in O Amor nos Tempos de Cólera.
Para hipocrisia já temos quanto baste.
Que os deserdados da fortuna sintam inveja (embora esta não seja boa conselheira) compreende-se; que os desempregados se sintam incomodados, também se compreende, mas não nos podemos esquecer que qualquer dos Gestores em causa vai quando quiser para o Estrangeiro e continuará a receber chorudos ordenados e nada se alterará em Portugal a não ser que Empresas agora bem geridas, por influência dos Bad Boys que lá tentariam colocar, passariam a ser mais algumas no rol das que estão, pelos piores motivos, nas boca dos mundo.
E dessas já temos de sobra.