Exmo. Senhor
José S Carvalho Pinto de Sousa
Meu caro concidadão,
Os meus melhores cumprimentos.
O facto de não o conhecer pessoalmente, não me inibe de lhe escrever esta Carta Aberta, que pretendo seja leal, descomprometida, e obviamente sem o mínimo intuito de ataque pessoal, como faz questão de referir a todos que estão em desacordo consigo.
Antes de mais cumpre-me lembrar, que nenhum dos casos vindos a público sobre a sua conduta, que a serem verdadeiros o envolveriam em situações pouco claras foi reconhecido pela justiça, pelo que está, formalmente, isento de qualquer culpa logo, inocente.
O problema é, pois, meramente político, área onde desenvolve a sua actividade profissional, a qual sendo extremamente sensível para qualquer País, tem especial acuidade no nosso que se encontra debaixo de fogo cerrado de várias frentes, desde os puros especuladores financeiros, até aqueles que se querem aproveitar das nossas fraquezas para nos fazer vergar a cerviz.
(Lembra-se da Espanha dos Filipes? E dos Ingleses do mapa cor de rosa? A cor é pura coincidência.
Entendo quanto doloroso deve ser descer sem glória uma montanha que foi subida a pulso, com esforço, e também com algum mérito, melhor fora, mas puxando aqui e ali um pézito a um camarada que estava mais acima. Ou será que estou enganado?
Mas é do fundo do coração que lhe digo: - Vale bem mais descer uma montanha pelo seu próprio pé, ainda que sem glória, do que vir aos trambolhões por ela abaixo.
Em resumo, pode o meu caro concidadão querer continuar a exercer a sua actividade profissional, até ao fim do contrato estabelecido. É um direito. Mas tal só acontecerá porque os representantes dos seus Patrões, (todos nós que votamos), não lhe querem pagar o preço da indemnização devida pelo seu despedimento antecipado (eleições).
Mas trata-se de uma questão formal. Porque informalmente o lugar realmente já não lhe pertence.
Pense Nisso. Vale a pena.
Com cordialidade,
Mocho (Sábio)