Foto: João Portalegre
POR UM PEIXE SE ARRISCA A VIDA
Segundo notícias recentes veiculadas na Imprensa, um viaduto construído há cerca de 20 anos na EN 202 em Monção vai ser demolido, pois nunca foi utilizado por falta de acessos.
Instada a tomar posição sobre o assunto a Câmara de Monção propôs "a sua demolição, uma vez que a construção dos acessos é inviável, já que de um lado há uma quinta de vinho alvarinho e do outro um conjunto habitacional", e a "construção, em seu lugar, de uma rotunda, reivindicada há largos anos".
O custo do referido viaduto situado no Lugar da Pousa, freguesia de Monção, projectado para integrar uma variante, afim de permitir o atravessamento da estrada sem ser necessário utilizar um perigoso cruzamento ali existente, foi de 100.000,00 € a que se deverá acrescer agora o valor da sua demolição, o qual por certo não será despiciendo.
Também em Alverca, Concelho de Vila Franca de Xira, bem visível a quem passa na Auto Estrada Lisboa/Porto, existe um viaduto cujo destino deverá ser o mesmo, pois parte do nada e chega a lado nenhum. Há cerca de um ano esteve prevista a sua demolição, com custos a suportar pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, mas o proprietário do viaduto não autorizou, pois quer inserir essa demolição numa negociação mais vasta sobre a Urbanização que supostamente o viaduto deveria servir. Acrescente-se que parte dos pilares do viaduto foram construídos em cima de uma linha de água e que os terrenos em que o mesmo está apoiado integram a Reserva Agrícola Nacional (RAN). Detalhes.
Estes dois exemplos fazem-nos lembrar quando duma visita a Cuba, fizemos o trajecto Havana/Varadero de autocarro e verificamos, na altura com espanto, a existência de vários viadutos sobre a espécie de estrada que percorremos, os quais não tinham acessos de nenhum dos lados. Afinal por cá também temos disso. Os bons exemplos devem copiar-se.
Quem são os responsáveis por desmandos como estes, pagos com impostos que não param de subir? Ninguém ?
E quando se constatar que obras feitas apenas para satisfazer interesses privados como é o caso de Auto-Estradas "do lá vem um", TGV, e quejandas, não tiveram, como sempre soube que não tinham, retorno económico onde estarão os responsáveis pela sua construção?
Em lugares de destaque de empresas privadas que beneficiaram dessas mesmas obras? enquanto na altura alguém encontrará uma solução expedita para as mesmas, como fez agora o Presidente da Câmara de Monção, que em termos irónicos sugeriu: "Se houver problemas de dinheiro para construção da rotunda, a Estradas de Portugal poderá resolver o problema vendendo ou alugando o referido viaduto, que até hoje só serviu para pendurar propaganda.
Pobre País. Não tens conserto.
Na última entrevista à RTP, o Primeiro Ministro José Sócrates, recusou-se a pedir desculpa pelo Plano de Austeridade, aprovado pelo Governo, com o estafado argumento de que nada fazer é que prejudicaria o País.
Em última análise, na catastrófica situação para que nos conduziu até pode ter razão. Alguma coisa teria de ser feita para poder continuar alegremente a endividar-nos.
Mas desculpa devia pedir por ter chegado ao Governo com um deficite de 6,3 "cozinhado" pelo seu amigo Vitor Constâncio, de forma a justificar o injustificável que foi aumentar impostos quando tinha prometido na campanha não o fazer, afim de poder financiar obras estúpidas, que só serviram para nos conduzir à actual situação.
Desculpa devia pedir pelas subidas e descidas de Impostos ao sabor dos calendários eleitorais. Desculpa devia pedir pelos aumentos dos funcionários públicos, desproporcionados para as nossas possibilidades, feito em ano de eleições.
Aliás o PS é pródigo em distribuir mal aquilo que não há. No tempo de Guterres o preço da gasolina e do gasóleo não subiu apesar dos aumentos vertiginosos do petróleo verificados na altura. E o fim das portagens nas Auto Estradas de que a A8 foi a mais flagarante, foram medidas, entre outras, que nos levaram para o pântano donde nunca mais saímos.
Desculpa devia pedir por termos atingido o numero recorde de desempregados, quando foi eleito na base de um programa eleitoral com promessas de que iria criar postos de trabalho. Nem digo o numero porque é pornográfico.
Desculpa devia pedir por ter atingido o recorde na carga fiscal sobre os contribuintes.
Desculpa devia pedir por ao mesmo tempo que aumenta impostos, continuar a adjudicar obras sem sentido, que só existem para garantir interesses privados sejam nacionais ou estrangeiros.
Desculpa devia pedir por muito mais coisas, mas sobretudo DESCULPA devia pedir por continuar a ser Primeiro Ministro.
O Concelho de Alenquer, situado a 25 minutos de Lisboa, está a viver politicamente uma situação suis géneris, protagonizada por Álvaro Pedro antigo Presidente da Câmara local durante 34 anos, à frente da qual foi substituído por Jorge Riso.
Não tendo conseguido digerir o facto da Concelhia do Partido Socialista não o ter indicado para a Presidência da Assembleia Municipal, como era seu desejo, Álvaro Pedro "ameaçou" na hora da partida que "ia andar por aí".
Confirmando que quer ter uma palavra a dizer nos destinos locais do Partido, Alvaro Pedro anunciou agora que se vai candidatar à Comissão Política Concelhia do Partido Socialista.
O argumento que é "o bichinho da política" a falar mais alto é legítimo, e se tiver o apoio da maioria da estrutura local do Partido perfeitamente válida. Sem contestação.
O que se pode com justiça questionar é o seguinte : O que leva um homem de 71 anos, em que o peso dos anos e da saúde se faz necessariamente sentir, depois de 34 anos no poder, com obra feita, e na generalidade razoavelmente bem feita, a querer voltar ao poder e afrontar aqueles que não se posicionaram de forma a facilitar o seu desiderato, de continuar em lugar de destaque.
O que leva homens que quase se perpetuaram no poder, e não estamos a fazer comparações com ditadores, mas estamos a lembrar-nos deles, a não saberem sair com dignidade preferindo normalmente ser empurrados pela esquerda baixa, como se diz no teatro, a saírem em grande de modo a ficarem recordados pela sociedade pela sua obra de tantos anos, e não pelos últimos dias da sua caminhada, normalmente sem a mesma qualidade, e quase sempre em solidão.
Álvaro Pedro, medite neste conselho: Pare, Escute e Olhe. E fique a pairar por aí, porque a magistratura de influência e o exemplo da obra feita são muitas das vezes mais importantes, que a acção directa.
Sobretudo quando as forças começam a faltar.
No dia 24 de Janeiro último em Editorial do JORNAL 24 HORAS o Senhor Jornalista escrevia, ipsis verbis, o seguinte: "Corto o dedo mindinho em como Cavaco veta o Diploma sobre Casamento Gay".
Ora ao contrário do dado como adquirido pelo Senhor Jornalista, o Senhor Presidente da Republica Cavaco Silva, no uso das suas prorrogativas promulgou ontem o Diploma em causa, sobre tal tipo de casamento, o qual entrará em vigor cinco dias após a sua publicação em Diário da Republica, o que se prevê aconteça dentro de poucos dias.
Sem pretender entrar, de momento, em considerações de qualquer espécie sobre o assunto, apenas venho requerer o cumprimento da promessa feita de livre e expôntanea vontade.
Cadê o, devidamente cortado, dedinho do Senhor Jornalista? Queremos a fotografia do dito na primeira página do Jornal com urgência.
Está bem pronto, fique lá com o dedinho, mas fica o desfio: Toca de ir a Fátima a pé. É o mínimo que pode fazer pela sua credibilidade, masqueremos a crónica da caminhada, com pormenores, devidamente publicada. Para conferirmos.
E para a próxima não se esqueça: Cuidado com os dedinhos.
NASCEMOS À ESTALADA NÃO HÁ VOLTA A DAR
Carlos Queiroz quando convidado a dar um cognome à Selecção Portuguesa de Futebol que em Junho vai disputar o Campeonato do Mundo de Futebol na África do Sul, remeteu a escolha para o local do estágio e avançou com o nome de Viriato: “Foi por estas montanhas que demos umas cacetadas aos romanos por isso creio que em homenagem a Viriato podíamos ter um nome aproximado disso”.
O Seleccionador Nacional de Futebol mostra assim mais uma vez a sua apetência para resolver os assuntos à estalada. Recentemente esteve envolvido numa cena de pancadaria com o Jornalista Jorge Batista num local público muito propicio para o efeito: - O lounge VIP do Aeroporto da Portela. Portanto um sítio discreto.
Convidado na altura a explicar o que se passou, reagiu com a maior candura deste mundo: - "Não foi nada de mais, apenas houve uns empurrões entre pessoas que se conhecem há vinte anos". Simples.
Transpondo isto para o quotidiano podíamos por exemplo no caso da Justiça ver alguém que mantenha um problema com um confrade, desde que esse problema tenha mais de vinte anos (e há, há não?), passar pelo outro e dar-lhe um calduço. Uma delícia.
Também não seria nada de mais se no calor de alguns debates parlamentares se trocassem uns empurrõezitos entre os nossos políticos. Esteve quase, não pensem, pois não há muito tempo um Deputado do PSD, convidou outro do PS para resolverem o problema "lá fora". Lindo.
Como isto me faz lembrar os meus dez anos e os tempos de escola: - "Lá fora parto-te a tromba toda", dizia-se por dá cá aquela palha, e às vezes calhava, ou se calhava.
Já outro Seleccionador de Futebol, Luis Filipe Scolari de seu nome, também não deixou os seus atributos por mãos alheias e tratou de meter a mão na cara de um jogador da Sérvia no final de um mau jogo de futebol, e como sempre esteve brilhante na defesa dos seus pontos vista: - "Eu só quis proteger o minino, disse ". (Tratava-se do jogador Quaresma).
Ainda no domínio dos Seleccionadores de Futebol, temos o caso de Artur Jorge, que levou umas palmadas do na altura jogador Sá Pinto por não o ter seleccionado, o qual há pouco tempo repetiu a dose com Liedson. Era só para ver se não se tinha esquecido.
Outro jogador, João Pinto, num campeonato do mundo de má memória, na altura não passamos da fase de grupos, agrediu o árbitro, Ángel Sánchez, no jogo contra a Coreia do Sul, após este lhe ter exibido o Cartão Vermelho.
O que havemos de fazer? É a sina de um País que nasce com o filho á estalada à mãe.
Não pode ter outro destino.
(Vasco Santana, dixit) !
O humorista brasileiro Millôr Fernandes colaborou entre 1964 e 1974, no jornal Diário Popular. Se bem me lembro era sua a última página do suplemento dos sábados do referido jornal, a qual chegou a merecer um comentário, pouco vulgar, de Salazar: "Este gajo tem piada. Pena que escreva tão mal o português."
Na referida página Millôr Fernandes dava azo ao seu talento e capacidade criativa, com piadas, desenhos e a possível análise crítica da época.
Até hoje recordamos uma dessas piadas, que consideramos ser adequada a todos os tempos, e que não resistimos a reproduzir:
"Se você falar durante meia-hora com um vendedor de carros usados, vai descobrir que o automóvel é uma máquina que melhora com o uso".
Porque será que quando vejo os nossos políticos na TV ou leio nos jornais aquilo que dizem, me lembro do Millôr Fernandes?
Fotomontagem: João Portalegre
Como estava previsto os aumentos aí estão, acabadinhos de aprovar, para serem suportados por "todos" os portugueses.
No caso do IVA, que não fora ter havido eleições no ano passado, nunca teria descido ainda se aceita. Diz-se ser um Imposto cego, mas trata-se de um imposto ao consumo, onde cada um ainda pode fazer alguma gestão desse mesmo consumo.
Agora aumentar o IRS de pessoas que já levam para casa uma miséria é escandaloso.
Por um um governo que se diz apoiar a família e os mais desfavorecidos é uma vergonha.
Para gastar em obras desnecessárias feitas apenas por eleitoralismo e para satisfazer o ego de uns quantos "iluminados" é um atentado.
Na verdade merecíamos melhor sorte com quem nos governa. Mas a sorte procura-se.
Vamos todos procurá-la ?