Diz o povo que é nos maus momentos que se descobrem os grandes homens.
Portugal não precisa de um desconhecido que chegue num dia de nevoeiro para nos assobiar aos ouvidos.
Precisa, isso sim, de encontrar um conjunto de homens bons, com a capacidade de deixar o seu nome ligado à recuperação da dignidade de ser português.
Se tivermos essa felicidade será UM BOM 2011.
Se não for o caso continuaremos a hipotecar as novas gerações que um dia, replicando Egas Moniz, terão de se apresentar a um qualquer FMI de baraço ao pescoço, chorando de raiva e vergonha pelos antepassados que os levaram aquela situação.
Mereceremos ser felizes se tomarmos o destino nas nossas mãos.
Post: 187
Ontem, dia 28 de Dezembro de 2010, foi um dia negro na história da justiça social em Portugal, a fazer lembrar outros acontecimentos de má memória, ocorridos a 28 de um qualquer mês, de um ano mais ou menos longínquo, em Portugal, e no Mundo.
No estrito cumprimento da Lei ainda em vigor, com o beneplácito do Primeiro Ministro José Sócrates, foram pagos antecipadamente pela PT parte dos dividendos do exercício de 2010, ainda não terminado, com o declarado intuito de fugir ao pagamento dos impostos devidos para este tipo de operações, de acordo com a nova legislação a vigorar em 2011.
Nós podemos viver com esta PT e este Primeiro Ministro ? Poder até podemos, mas não merecemos.
Fotomontagem: João Portalegre
Post:185
Temos observado com tristeza o desenrolar de comentários e de críticas que têm sido tecidas acerca da iniciativa dos restaurantes de oferecerem comida a quem tem fome, os quais tendem a reduzir a iniciativa às expressões simplistas de "restos" ou "sobras", atribuídas de acordo com o ponto de vista de quem se prenuncia.
Várias têm sido as personalidades que de uma forma ou de outra, se têm igualmente aproveitado da iniciativa para atirarem umas "pedritas" para o telhado do vizinho, esquecendo-se normalmente, que o seu também é de vidro. Desde os candidatos à Presidência da Republica Cavaco Silva e Manuel Alegre ao irrepetível José Sócrates, ninguém resiste a uma "sobrazita" ou a um "restinho".
Também alguns colunistas e opinion makers como Pedro Adão e Silva e Daniel Oliveira, meteram a colher na panela. Outras opiniões têm sido veiculadas moldando as virtudes ou defeitos da iniciativa à sua própria visão da situação politica e social que o País actualmente atravessa.
Tudo bem, tudo legítimo.
É conhecido o princípio "confunciano", de que se deve ensinar a pescar em vez de dar um peixe, e é fácil aceitar que "não é por combatermos a fome que combatemos a pobreza"; mas enquanto cabe aos políticos resolver o sério problema da pobreza em Portugal, o que definitivamente não o têm feito, apesar da propaganda oficial tipo SNI com que nos bombardeiam diariamente, as iniciativas de minimizar os efeitos devastadores da fome na população que alastra de forma inexorável neste País têm cabido à sociedade civil. E têm aparecido, multiplicando-se um pouco por todo o lado.
É que aquilo que para os que se entretêm a teorizar, de barriga cheia, se são
"restos" ou "sobras", para os que foram apanhados pelo tsunami da crise económica, a qual terá porventura ampliado a grave crise social em que o País já se encontrava mergulhado, e que de barriga vazia não têm o que dar de comer aos filhos é, muitas das vezes, uma questão de sobrevivência.Mais importante que a teoria e as críticas, é acudir no imediato a quem tem fome. E esperar que cada um faça a sua parte.
Se os responsáveis pela actual situação souberem fazer algo mais do que fizeram até agora, pode ser que ainda haja tempo.
Pelos seus actos serão julgados. Disso não haja a menor dúvida.
Post: 184
O veto político do Representante da Republica nos Açores ao orçamento da Região, que contempla a chamada "remuneração compensatória" deveria ter sido para o Presidente do Governo Regional um sério aviso, e uma oportunidade de ouro, para com dignidade recuar de uma decisão que é manifestamente infeliz.
Porém, como diz a voz popular "o maior cego é aquele que não quer ver", e Carlos César seguirá em frente não só confirmando o voto favorável ao orçamento na Assembleia Regional como, porque se sente confortável no protagonismo que esta história lhe tem trazido, vai alargar a "remuneração compensatória" aos funcionários das autarquias açorianas.
Um disparate nunca vem só.
Espera-se que o muro da inconstitucionalidade o detenha.
Caso contrário deixaremos de ser uma Republica das Bananas e passaremos a ser a Republica dos Ananases.
Post 182
Temos mantido uma reserva prudente relativamente às revelações do Wikileaks.
Por agora vamos abrir uma excepção, devido às explicações dadas pelo nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, face à revelação por aquele site da eventual autorização para os chamados voos da CIA, e que foram:
"Não demos qualquer autorização formal para qualquer voo de Guantânamo"; o que na linguagem do nosso Governo, tendo por base situações formais/informais recentes significa mais ou menos o seguinte :
Demos autorização (informal).
Como o assunto em questão se relaciona com os Estados Unidos da América pode-se dizer que se trata de um affaire tipo Bill Clinton vs. Monica Lewinsky, e as explicações dadas podem ser traduzidas da seguinte forma:
Existiram preliminares. Executaram-se as variantes. Não houve penetração.
Logo somos virgens.
Post: 181
Fomos surpreendidos com a notícia da morte de Carlos Pinto Coelho.
Não temos por norma fazer eco das qualidades de quem nos deixa, mas neste caso era impossível não o fazer.
A forma como Carlos Pinto Coelho divulgou a cultura merece que enalteçamos.
Sabe-se que os países têm tendência para evoluir tanto mais, e mais depressa, quanto os seus povos são mais cultos.
Se todos fossemos como Carlos Pinto Coelho, o país estaria uns bons passos mais à frente.
Ficamos na expectativa que por onde quer que passe continue a divulgar a Cultura do seus País e do País da sua eleição (Moçambique).
Nós ficamos (ainda) mais pobres.
ACONTECE.
Post: 180
Os contribuintes e os consumidores, que afinal somos todos nós, têm a tendência para se deixar adormecer, ou anestesiar, seja pela publicidade, pelo cansaço da luta pela sobrevivência, ou simplesmente por desinteresse, não reagindo com os meios ao seu alcance a medidas arbitrárias e contrárias aos seus interesses, tomadas pelo Estado, pelos Monopólios ou similares, pelos Grandes Grupos Económicos, pelas Associações de Classe, e por quase todos aqueles que dispõem de capacidade para impor os seus interesses particulares, maximizando os seus lucros, ou exercendo o seu domínio.
Ainda agora o Estado, logo todos os contribuintes portugueses, foi penalizado em muitos milhões de Euros, com a conivência do Primeiro-ministro José Sócrates, que em nome de interesses de que será guardião e que desconhecemos, se opôs a que o Grupo Parlamentar do PS apresentasse uma Lei Extraordinária para obrigar a PT ao pagamento de impostos DEVIDOS por aquilo a que fugiram de pagar, de forma extraordinária.
Ora se face a uma decisão a todos os títulos imoral da PT, todos os subscritores dos seus serviços estivessem um ou dois dias sem utilizarem os mesmos, ou se quando da apresentação da Factura mensal protelassem o seu pagamento por 30, 40, 50 ou mais dias, a Empresa sentiria na pele o desagrado que a sua decisão provocou à generalidade do povo português.
Não se trata da apologia à anarquia, ao quanto pior melhor ou à insurreição pura e dura, mas sim obrigar a uma reflexão geral, para que quem tem capacidade para decidir reflicta antes de tomar as suas decisões, as quais podendo ser legais do ponto de vista estritamente formal, são ilegítimas face ao interesse geral, e esmagam os interesses dos que não têm meios para se lhes opor.
É um direito de cidadania protestar contras as medidas ou decisões arbitrárias que prejudicam as pessoas e a sociedade em geral.
Chegou a altura de se dizer BASTA.
Post: 179