Quarta-feira, 26 de Outubro de 2011

É DEIXÁ-LOS SAIR

    A notícia: Cerca de 800 médicos ameaçam deixar o SNS se avançar a proposta do OE de equiparar os seus salários aos da função pública.

    A resposta: É deixá-los sair.

    Ao longo dos anos os sucessivos Governos têm sido vítimas de verdadeiras chantagens em momentos críticos por parte de trabalhadores colocados em áreas “protegidas” que levaram sempre a exageros remuneratórios ou de condições contratuais excepcionais em relação aos restantes trabalhadores que exercem a sua actividade em áreas menos mediáticas, ou por aqueles em que um reduzido número de profissionais conseguem prejudicar uma multidão.

   A fraqueza dos políticos, de todas as cores, ajudou à festa.

   Quem não se lembra das greves dos professores nos inícios dos anos lectivos ou na época dos exames, das greves dos pilotos da TAP em épocas de férias ou em períodos festivos como o natal, e das greves dos maquinistas da CP ou dos comandantes dos barcos das travessias do Tejo, em que “meia dúzia” de privilegiados infernizam a vida a milhares de pessoas.

   A resposta tem de ser firme de uma vez por todas. Se não estão bem mudem-se.

   A qualidade da prestação de serviços não pode piorar muito mais.

   E se for "mais vantajoso" para eles abandonar o SNS e procurar outras saídas profissionais, seja no sector privado ou fora de Portugal, façam favor. A porta que serviu para entrar serve para sair.

   De uma vez por todas vamos  ajudar a sair da crise para onde nos levaram, não importa agora discutir, porque não há tempo para isso,  de quem é a responsabilidade, e deixar de estarmos em desacordo com todas as medidas que são propostas.

   A verdade foi finalmente dita ontem. Temos de empobrecer para sair da crise.

   Quanto mais tempo levarmos a interiorizar isto mais difícil vai ser dar a volta ao texto.

   Só um detalhe: Em 2012 e 2013, cá em casa não há Subsídios de Natal nem de Férias.

   Para que conste.

 

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Livro: Morrer e Renascer
Estado de Alma: Sacrificado
publicado por Lanzas às 18:57

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Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO E O OE 2012

   António José Seguro tem dado nos últimos tempos, a propósito do Orçamento Estado para 2012, uma magistral lição de como um político com ambições de vir a ser Primeiro Ministro não se deve comportar.

   Dando de barato que necessita nesta fase de travessia do deserto do seu partido de procurar fazer-se ouvir para ser levado minimamente a sério, a forma como tem conduzido essa necessidade tem sido desastrosa.

   Um político com dimensão de estadista na sua posição teria assumido sem hesitações antes da apresentação da proposta de orçamento mais ou menos o seguinte: Vamos abster-nos no próximo orçamento, qualquer que ele seja. Não será com certeza o Orçamento do PS, mas não vamos criar divergências fictícias num assunto onde estamos igualmente comprometidos através do Acordo com a Troika.

   Não se tratava de passar um cheque em branco, antes pelo contrário tinha sido colocar a pressão sobre os Partidos do Governo para elaborarem um Orçamento credível, pois no caso de cometerem um erro grave só a eles lhes seriam no futuro assacadas as responsabilidades.

   Com uma decisão desta ter-se-ia colocado acima de pequenas questiunculas sem sentido que o levaram depois de ter assumido que "a probabilidade de votar contra era 0,0001%" a evoluir para um "quero ver o Orçamento para decidir" e agora já está num "Se não alterarem o Orçamento iremos ponderar o nosso sentido de voto".

   E a sua decisão final que na nossa opinião não poderá ser outra a não ser abster-se acabará por não agradar nem a gregos nem a troianos. Os falcões do seu partido já tomaram uma decisão: Alterar o Orçamento. E agora deu o último e decisivo tiro nos pés: Ouvir os parceiros sociais, que lhe irão dizer o óbvio: Alterar o Orçamento. Só falta mesmo ouvir Rancho de Folclore lá da terra.

   Ora este orçamento tem um número de ouro final para ser atingido o do défice, o qual foi subscrito pelo seu Partido. Tudo o resto é paisagem.

   Poderão  efectivamente algumas medidas deste OE não serem as medidas mais correctas, algumas das quais também nos parecem pouco felizes, mas então terão de ser outras de cariz idêntico.

   Na verdade o que pode realmente mudar são as moscas.

   E António José Seguro sabe disso e perdeu uma oportunidade ímpar de ganhar credibilidade política, mostrando aquilo que na verdade é.

   Um líder de transição.

 

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Livro: Discursos de Tuiavii
Estado de Alma: Inseguro
publicado por Lanzas às 12:37

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Terça-feira, 18 de Outubro de 2011

CASA DOS SEGREDOS ? SIM, MAS ...

   Não pertencemos ao número dos que em conversa com amigos afirmam categoricamente nunca ter visto um episódio de uma qualquer telenovela, um Realty Show, ou mesmo uma sessão sequer de um concursozito, mas que no decorrer da mesma conversa, deixam cair uma opinião, um comentário, ou pelo menos uma referência aos mesmos, sempre escudados no "vi por acaso, quando estava a fazer zapping”, “contaram-me” ou “a minha mulher comentou comigo”.

   Pertencemos sim ao grupo daqueles que sabem que os aparelhos de televisão, ou os seus comandos, têm dois botões básicos, ou apenas um com as duas funções, ON/OFF.

   Quando o ON não me agrada carrego no OFF e sigo em frente para outros entretimentos. Escrever, Ler, ou simplesmente “mandriar”, que é como quem diz olhar pela janela e imaginar coisas que não lembram nem ao diabo

   Vem este arrazoado a propósito do programa “Casa dos Segredos” transmitido no passado Domingo, do qual vimos uma parte substancial.

   Temos de Teresa Guilherme, a apresentadora do programa, a opinião de que se trata de uma pessoa equilibrada, culta, sensível, talhada para um programa daqueles, até pela forma alegre e brejeira que imprime ao programa, o que está no espírito do mesmo, e por uma característica muito própria:

    - “Fala” com as mãos. (e com os olhos).

   No entanto no passado Domingo Teresa Guilherme prestou um mau serviço na salvaguarda da dignidade das pessoas. Sabe-se que quem aceita participar num programa com aquelas características está disposto a "despir-se" perante os telespectadores. E a nudez física é a que menos conta. Despem-se intelectualmente, moralmente e até psicologicamente.

    No entanto ter cilindrado, até à exaustão, uma concorrente cujos limites dos seus conhecimentos de geografia não ultrapassam os contornos da sua própria terra natal foi desumano.

   Não a terá humilhado porque a “inocência” da concorrente só é ultrapassada pela sua ignorância, e está disposta a sujeitar-se a tudo, mesmo tudo, para continuar a ter o protagonismo que a torne no ícone da Sociedade de Recreio da sua terra, e a estar por perto do "seu" Marco.

    Aquele não é um programa destinado a revelar a cultura geral dos concorrentes, a sê-lo aquela concorrente não se teria atrevido a participar, digo eu. É tão só um programa de fait-divers, uma mostra de frivolidades, culturismo e de passagem de modelos, quanto mais despidos melhor.

   A Teresa Guilherme competia-lhe não “desconstruir” uma concorrente daquela forma. Não a dignifica. À Teresa Guilherme, não à concorrente.

 

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Estado de Alma: Nomeado
Livro: A Casa do Rio
publicado por Lanzas às 09:57

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Segunda-feira, 17 de Outubro de 2011

CARLOS CÉSAR CANDIDATO A CANDIDATO ?

   Antecedendo a fase de contar espingardas, começam a verificar-se no seio do PS movimentações no terreno dos que se perfilam como candidatos a candidato do PS na próxima eleição para a Presidência da Republica. Nada aliás que não se verifique para os lados da Direita, com Marcelo Rebelo de Sousa na “pole position”.

   Cingindo-nos por agora ao PS, o provável candidato mais bem colocado, quanto a nós, é António Costa. Manteve-se distante das disputas relativas à eleição do novo Secretário-geral e adoptou há muito uma posição de Estado, não se coibindo inclusive de uma postura crítica em relação ao próprio Partido.

   Julgamos que o ex-Secretário Geral do Partido é uma carta fora do baralho e quanto a António Guterres, este marcou o seu próprio território definitivamente. Presidência da Republica: “jamais”.

   Sobram o habitual candidato para tudo o que é lugar de destaque no Partido, António Vitorino, visto já com desconfiança, e os candidatos do costume Mário Soares e Manuel Alegre, mas julgamos que para estes o tempo não vai voltar para trás.

   É pois dentro deste quadro de posicionamento das principais figuras do PS para a Presidência da Republica, outros actores haverá mas aguardam para ver em tempo oportuno onde param as modas, que se pode entender as últimas declarações de Carlos César o ainda Presidente do Governo Regional dos Açores na busca de notoriedade política a nível nacional.

   Ao anunciar a sua não candidatura nas eleições de 2012, ao Governo Regional dos Açores, quis mostrar que não está apegado ao poder, e por outro lado ficar de mãos livres para os posicionamentos que melhor servirem os seus desígnios pessoais.

   Além da “bicada” oportuna no seu vizinho da Madeira que na altura estava em campanha eleitoral.

   Agora numa entrevista na Sic-Notícias, Carlos César afirmou entre outras coisas “ter uma apreciação crítica do mandato de Cavaco Silva, apesar de lhe reconhecer algumas "virtualidades" e não duvida que este é, entre todos os Presidentes da República eleitos desde o 25 de Abril, o Presidente mais partidário de sempre. Todos os outros Presidentes distinguiram-se claramente da sua origem partidária, e fizeram até muitas vezes questão de o evidenciar”

   Carlos César considerou ainda que Cavaco Silva utilizou o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, e a declaração ao País sobre o seu veto, no Verão de 2008, para um "braço de ferro" com o então Governo de José Sócrates.

   Claro que reduzir os poderes de um Presidente da Republica democraticamente eleito, no decorrer do seu mandato é um detalhe, não é verdade Carlos César?

   Face ao que disse, verifica-se que é manifesta a falta de memória de Carlos César, por exemplo com o que foi a Presidência de Jorge Sampaio, o qual quando em oposição absoluta ao Governo de Durão Barroso e à política da Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, declarou que “havia mais vida para além do défice”, frase assassina que desencadeou uma oposição feroz às políticas económicas de então as quais comparadas ao que posteriormente se seguiu eram “amêndoas”. Nem se recorda da forma como o mesmo Jorge Sampaio conduziu a situação interna do País quando da demissão de Durão Barroso para assumir a Presidência da EU, aceitando nomear Pedro Santana Lopes, sem eleições, a fim de dar tempo ao PS, que na altura tinha a sua Direcção sem rumo, a eleger um novo Secretário-geral, organizar-se e só então demitir Santana Lopes e marcar novas eleições?

   Entende Carlos César que estas são atitudes que distanciaram da origem partidária quem assim procedeu?

   E que dizer da sua completa ausência de memória do que foram as presidências abertas de Mário Soares, quando Cavaco Silva era Primeiro Ministro?

   Recomendo-lhe a leitura de “O Presidente da Republica na génese do sistema de governo Português de Manuel Braga da Cruz, Análise Social, vol. XXIX: (analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223301924C0eCB7zr4Zj67VU4.pdf)

   Autêntica magistratura paralela de contestação à politica do Governo, “as presidências abertas, iniciadas em Guimarães no Verão de 1986, logo repetidas em Beja, Guarda, Portalegre, Açores, Viseu, em que o Presidente reforçou a sua «magistratura de influência», ouvindo populações, dando força (por vezes partidária) a determinados sectores locais, aumentando sobretudo a sua popularidade.

  As presidências abertas, no dizer de Mário Soares, destinavam-se a conviver «em profundidade com as populações», para «auscultar os seus sentimentos profundos. Para esse efeito, passou o Presidente da República a receber grupos e entidades que, não conseguindo fazer valer as suas pretensões junto do Governo, procuravam nele um advogado capaz de pressionar o mesmo governo. Por isso viria mesmo a ser acusado de indevidas ingerências nalgumas áreas do executivo, em vez de assumir o ónus do veto político”.

   Distancia partidária, não é verdade Carlos César?

   Não existem Presidentes de todos os portugueses, primeiro porque os Presidentes não se conseguem distinguir claramente da sua origem partidária, o que é desde logo realmente uma limitação, segundo porque para muitos portugueses o Presidente eleito não será nunca o seu Presidente.

   Lembra-se de Ramalho Eanes que do Palácio de Belém apadrinhou a criação de um Partido Politico para nele se rever?

   Começa mal, Carlos César, a sua caminhada como candidato a candidato a Presidente da Republica pelo PS.

   Afirme-se pela positiva. Caso contrário nunca será o Presidente de alguns portugueses.

Livro: Matteo Perdeu o Emprego
Estado de Alma: Candidato
publicado por Lanzas às 10:17

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Sábado, 15 de Outubro de 2011

O ORÇAMENTO DE 2012, by JS

   Não tem este Post como objectivo analisar o conteúdo da intervenção de Pedro Passos Coelho quando deu a conhecer ao País algumas das medidas do Orçamento de Estado mais gravoso de sempre para os portugueses, em tempo de paz, mas tão só quanto à forma da sua apresentação, a qual foi clara, sem esconder a gravidade da situação e das consequências que representavam para os portugueses em geral aquilo que estava a dizer.

   Sabemos que a doença pode ser mortal, vamos ver se nos conseguimos curar.

   Assim, se não houver durante 2012 “outros orçamentos” para além deste, estamos conversados.

   Por aquilo que nos foi dado a observar durante os últimos seis anos, se as medidas agora adoptadas tivessem sido dadas a conhecer ao País pelo ex-Primeiro-ministro, que era na verdade quem ali deveria estar, com o baraço ao pescoço a fazer mea culpa, a comunicação seria mais ou menos esta :

   Gostaria de anunciar aos portugueses que o Governo aprovou hoje o orçamento para 2012. O Governo conseguiu um bom Orçamento. Este é um Orçamento que defende Portugal. Naturalmente, não há Orçamentos subordinados a programas de assistência financeira que não sejam exigentes e que não impliquem muito trabalho. Isso não existe. Os tempos que vivemos continuam a implicar esforços e muito trabalho. Ninguém duvide. Mas conhecendo outros Orçamentos sujeitos a programas de ajuda externa e depois de tantas notícias especulativas publicadas pela imprensa, o meu primeiro dever é tranquilizar os portugueses.  
    Assim, no Orçamento para 2012 o Governo conseguiu:  
    Não mexer no rendimento mensal bruto dos funcionários públicos e da administração pública, nem dos pensionistas, nem os substituir por nenhum título de poupança. Apenas serão eliminados o Subsídio de Natal e de Férias;

    Não haverá mais cortes nos salários da função pública; 
    Não prevê a redução do salário mínimo; 
    E, ao contrário do que diz, não corta nas pensões acima dos 600 euros  mas apenas nas pensões acima dos 1000 euros. Mais: está expressamente admitido o aumento das pensões mínimas, tal como o Governo sempre pretendeu.  
    Com este Orçamento o Governo garante também que:
    Não terá de haver nenhuma revisão constitucional;

    Não haverá despedimentos na função pública;
    Não haverá privatização da Caixa Geral de Depósitos;
    Mantém-se a tendencial gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde;

    Mantém-se a escola pública;
    E não haverá privatização da Segurança Social, nem plafonamento das contribuições, nem alterações à idade legal de reforma, graças à reforma da Segurança Social que fizemos em 2007. 

   Não são necessárias mais medidas orçamentais para 2012. Repito:Não são necessárias mais medidas orçamentais para 2012. São suficientes as medidas previstas no Orçamento.
    As medidas para o mercado de trabalho baseiam-se, essencialmente, no Acordo Tripartido que celebrámos em Março com os parceiros sociais, com alguns desenvolvimentos sobretudo em áreas sinalizadas no próprio Orçamento e sempre de modo a preservar integralmente o equilíbrio nas relações laborais.  
   Vai seguir-se a entrega do OE na Assembleia da Republica para consulta dos partidos da oposição. O que certamente o País espera é que, desta vez, prevaleça o sentido das responsabilidades e do superior interesse nacional.  
   O Governo manteve ao longo da elaboração do Orçamento os deveres de reserva e o sentido institucional que a situação impunha. Estabelecemos, para isso, um sistema de informação com os partidos da oposição.

  Quero prestar reconhecimento ao excelente trabalho desenvolvido pelo senhor Ministro das Finanças e por todos os membros do Governo na elaboração deste Orçamento. 
   Dirijo, finalmente, aos portugueses uma palavra de confiança. Nenhuma Nação vence sem confiança em si própria. Esse sentimento de confiança deve prevalecer sobre o negativismo e sobre o pessimismo, atitudes que só conduzem à descrença, à paralisia e à desistência do futuro.

   Pela minha parte, o que tenho a dizer aos portugueses é isto: nós vamos vencer esta crise.

   Disse, e foi-se embora!

 

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Livro: Triste Fim de Policarpo Quaresma
Estado de Alma: Desorçamentado
publicado por Lanzas às 20:07

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Sexta-feira, 14 de Outubro de 2011

ORÇAMENTADO E MAL PAGO

   Estamos novamente em plenos anos 60 da nossa economia, com a agravante de as solicitações de consumo serem hoje incomensuravelmente maiores do que aquelas que assaltavam os consumidores naquela época.

   Com a dificuldade acrescida de entretanto ter sido criado na população, por parte de quem nos Governou, o sentimento de que o Estado tem "a obrigação de", a qual sempre foi irrealista, embora fácil de aceitar porque de benesses se tratavam, uma vez que eram proporcionadas à custa de endividamento e não à custa da redistribuição da riqueza.

   Seria fácil hoje procurar apontar nomes de quem nos conduziu até aqui. Se quisessemos simplificar díriamos que foram todos aqueles que em cada momento tiveram, a partir de 1974, participação directa fosse no Governo, nas Autarquias, nas Regiões Autónomas e também no Sector Empresarial do Estado.

   Uns por interesse fosse pessoal, político ou partidário, conduziram o bem comum como se de quintas privadas se tratassem por forma a retirar delas o que podiam ou que lhes convinha. Outros (muitos) foi por mera incompetência.

   Alguns indicadores utilizados para "medir" as melhorias das condições de vida podem, enganadoramente, apontar algum progresso. Mas trata-se de progresso assente em pés de barro, sem retorno, e que vamos, ou melhor estamos, ou ainda melhor já temos vindo a pagar com língua de palmo.

   Aumentamos o número de quilómetros de auto estrada exponencialmente. Seremos na europa o País com o indicador Km autoestrada/População mais elevado. Era assim tão importante? E o número de automóveis multiplicou por dez, porque o sector financeiro acenou com condições de crédito que quase se poderiam dizer eram irrecusáveis. No imobiliário não há uma explicação lógica para o número de fogos construídos. Hoje 35% do crédito total concedido pelos Bancos está neste sector. Precisavamos assim de tantas casas?

   Aumentou o número de licenciados de forma significativa é certo, mas não aumentou o conhecimento na mesma proporção, nem pouco mais ou menos. Nesta matéria somos como no futebol temos grandes craques mas como equipa somos fraquinhos.

   Foram as promessas de eldourados sem fim, possiveis de conquistar com pouco trabalho e muito crédito, que fomos conduzidos às portas da miséria.

   Miséria, que sem falsos alarmismos se avizinha a passos largos, mesmo para aqueles que há bem poucos vezes julgavam só que iam passar um "bocado" mal. Mas não mais do que isso.

   Ora este orçamento pela forma como está concebido não vai resolver o problema da nossa economia. Pode eventualmente mostrar a quem nos governa (os verdadeiros donos do dinheiro) que estamos a ser alunos bem comportados, para que estes continuem a emprestar-nos mais dinheiro, para podermos continuar a fazer mais e mais cortes.

   Perante quadro tão negro não há por aí ninguém, dos que em algum momento detiveram o poder, que seja capaz de vir a público como o Egas Moniz dizer: Desculpem, eu sou um dos culpados?

   É que o povo gosta de mártires para sua catarse.

 

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Estado de Alma: Sem Orçamento
Livro: Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma
publicado por Lanzas às 10:07

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Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011

OS SUBMARINOS EM VERSÃO PANORÂMICA

    Como é do conhecimento de todos, recebemos recentemente dois submarinos que teoricamente já estão no cumprimento das nobres missões de segurança do território nacional que justificaram a sua compra.

   Têm alguns problemas técnicos de pormenor, que o tempo  há-de resolver, esperando nós que quando estiver ultrapassado  o seu período de vida útil  tudo estará na devida ordem.

   Um dos problemas detectados é o revestimento exterior dos submarinos, cujas chapas têm uma exagerada tendência para se soltarem sempre que o mar faz “carneirinhos”, situação também conhecida na gíria marítima por ondulação de levante.

   Ora tendo em atenção a necessidade de rentabilizar Activos do Estado, e fazer face ao custo de manutenção daqueles “elefantes marinhos”, sempre importante, mas que o Acordo com a Troika tornou premente, queremos deixar uma sugestão ao Governo a fim de conseguir obter mais umas receitas para o OE de 2012.

   Proceda-se à substituição do revestimento actual em chapa dos “bichos” ao que parece pouco adequado para o fim a que se destinava, por um revestimento em fibra de vidro o que permitirá um efeito panorâmico fabuloso.

   Assim, devidamente adaptados poder-se-ia proceder ao seu aluguer para visitas de estudo ao mar das Berlengas, Península de Setúbal e outros locais com interesse para o estudo do fundo do mar e de espécies marinhas, nomeadamente os golfinhos.

   Em desespero de causa também se poderia ceder um dos espécimes a Alberto João, para este poder promover o Turismo na Madeira e assim captar mais umas receitas para umas obrazitas que estão prometidas e que o homem não sabe agora como acabá-las.

  Digo eu que não sou Ministro das Finanças. Só pago impostos.

 

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Estado de Alma: A afundar
Livro: Vasto Mar de Sargaços
publicado por Lanzas às 11:57

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Terça-feira, 11 de Outubro de 2011

AINDA A CÉLEBRE BAIXA DA TSU

   Parece merecer um consenso alargado que a TSU, taxa de desconto para a Segurança Social deveria descer, para tornar os produtos portugueses mais competitivos no exterior, substituindo-se à antiga desvalorização cambial que actualmente não pode ser tida em consideração.

   Temos ouvido opiniões a favor e contra de ilustres personalidades, algumas das quais desconfio estariam em condições de defender o contrário do que agora opinam se a cor do Governo fosse outra. Aplica-se aos que estão com o Governo, se mudassem para a oposição.

   Ultimamente tem subido de tom a opinião, há quem lhe chame pedagogia, de se aumentar transitoriamente o tempo de trabalho, em vez de se proceder à diminuição da TSU.

   Luis Marques Mendes defende mais meia hora de trabalho por dia durante um período de dois três anos.

   Campos e Cunha tem a mesma opinião de aumentar o horário de trabalho em meia hora por dia, mas acrescenta em alternativa ou em conjunto, logo se vê, reduzir o número de feriados ou reduzir temporariamente os dias de férias. "Tudo isso seria possível fazer, para reduzir os custos do trabalho", disse.

   Daniel Bessa navega nas mesmas águas.

   Também nos parece merecedora de análise posição. Mas atenção, dessa forma mais uma vez seriam os trabalhadores a pagar a Factura, não com o aumento de impostos ou redução de salário, mas com o aumento da carga de trabalho, pelo que a implementar-se uma medida deste jaez, as horas trabalhadas a mais deveriam ser consideradas a crédito de quem as trabalhou para serem tidas nem consideração quando do cálculo da sua pensão de reforma.

   Seriam óbvias as vantagens da implementação desta medida de carácter global, porque o trabalhador não se sentiria, mais uma vez vítima de espoliação; as Empresas beneficiariam de um reforço de competitividade que lhes permitiria um aumento das exportações, e o Estado veria aumentar as receitas fiscais a curto prazo por via desse facto, permitindo-lhe assim, mais tarde, fazer face aos aumentos de pensões originadas com essa medida.

   Era bom, por uma vez, que se pensasse ao mesmo tempo em todos os intervenientes na trilogia Trabalhadores/Empresas/Estado.

   Não custa nada e dá milhões.

 

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Estado de Alma: Triturado
Livro: Trabalho Nocturno
publicado por Lanzas às 09:47

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Segunda-feira, 10 de Outubro de 2011

EXPLIQUEM LÁ POR FAVOR. JÁ !

   Portugal vive uma crise que obviamente não tem nem só um responsável, nem só uma única causa. Por muito que se entenda que o ex-Primeiro ministro é a cara da actual crise e que foi o seu último mandato que arrastou Portugal para o abismo, as causas, que ele potenciou com a política de arrogância e confrontação que entendeu seguir, tiveram origem lá muito mais para trás e tem muitas caras, algumas agora em lugares cimeiros de Instituições Internacionais.

   Quem não se lembra de umas greves oportunas dos professores no inicio de cada ano lectivo, que sucessivos Governos "de calças na mão" se afadigavam em terminar o mais rápido possível e que sempre davam para os professores arrecadarem mais umas benesses, umas reduções de horários e outras prebendas? E das greves nos transportes públicos e na TAP, feitas em momentos estratégicos, com igual comportamento por parte dos Governos, em nome do interesse nacional, e que davam sempre mais uns trocos, menos umas horas de trabalho, mais uns diazitos de férias e mais umas viagens extra para o pessoal lá de casa.

   Não vamos agora falar nas causas ditas maiores (?) das PPP, dos aumentos de ordenados e diminuição do IVA em anos de eleições, etc. O que lá vai lá vai.

   Só que essa forma  desleixada de fazer política leva a que agora na hora do aperto ninguém se esteja disponível para pagar a conta. Só mesmo à força.

   Dois exemplos (entre tantos outros que poderíamos ter escolhido) revelam essa indisponibilidade:  Salvador Guedes líder da  maior exportadora de vinhos nacionais, com mais de 70% do seu negócio feito no estrangeiro, afirmou “Queremos contribuir para a solução do problema do país. Não enjeitamos as nossas responsabilidades. Mas tememos muito as consequências de uma eventual passagem do vinho da taxa intermédia para a máxima. O resultado seria dramático para toda a fileira”. Portanto o vinho não.

   Detalhe: O IVA não incide nas exportações e a sua empresa vende dos vinhos mais caros do mercado, provavelmente dos melhores, que não são os trabalhadores comuns que os bebem. Eventualmente "o trabalhador" Américo  Amorim.

   Agora os Restaurantes preparam-se para promover também a sua grevezita: "Um dia sem Restaurantes", defende a Associação, em luta contra o aumento do IVA. Portanto restauração também não.

   E poderíamos ir por aí fora porque tudo o que aumenta de preço sofre uma contracção de vendas, com o consequente aumento das dificuldades das empresas e dos respectivos sectores onde se inserem.

   E nas reduções de despesas verifica-se a mesma indisponibilidade. Menos Autarcas? Nem pensar! Exames na saúde com mais ponderação e com custos dos mesmos mais próximo da realidade, e uma maior comparticipação do doente? Então e onde está o  nosso Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito?

   Claro que estamos a ser massacrados com aumento de impostos, diminuição de rendimentos, aperto de crédito para as empresas e famílias. Mas como vamos pagar o que devemos? Ou pelo menos como vamos diminuir drasticamente o que devemos?

   Está em falta uma explicação clara, objectiva, concreta,bem fundamentada,  por parte  dos responsáveis políticos, para as consequências que teremos de enfrentar se não pagarmos.

   E era fundamental que essa explicação aparecesse. JÁ!

   Será que nenhum dos "iluminados" que está na política entende isto?

 

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Livro: Sombras do Passado
Estado de Alma: Ensombrado
publicado por Lanzas às 09:47

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Domingo, 9 de Outubro de 2011

IN DUBIO PRO REO

   É vulgar em Portugal dizer-se mal da Justiça. Seja objectivamente, alguém que tem razões concretas para isso; seja subjectivamente em comentários, nomeadamente do Bastonário da Ordem dos Advogados, ou notícias dispersas.

   Casos há que o cidadão comum não entende, mas num Estado de Direito deve vigorar sem restrições o princípio de "In dubio pro reo".

   Porém a notícia vinda a público esta semana que um Polícia (até prova em contrário inocente), por motivos fúteis, com o conluio de um colega e apoiado nos meios da Corporação que serve(?) terá forjado um homicídio para acusar um vizinho que em consequência de tal facto esteve cinco meses preso, ultrapassa o razoável, e é digno dos piores momentos da justiça americana, em que casos parecidos não são infelizmente raros, algum terminados dramaticamente com a pena de morte.

   Provavelmente as "provas" apresentadas eram de tal forma irrefutáveis, que não ofereceram dúvidas a ninguém.

   Mas onde está argúcia, a capacidade de análise e de discernimento, o feeling, o bom senso, do Comando da Polícia que sancionou o Auto de Notícia, do Ministério Público que apoiou a acusação e do Juiz que a sancionou.

   Ninguém, em nenhum momento, teve uma dúvida por muito ténue que fosse? Nem sequer se questionou que poderia estar a atirar com um homem eventualmente  inocente para a prisão correndo o risco de ser condenado a um longo período de privação de liberdade?

   A ser verdade que um homem esteve preso cinco meses sem culpa, porque um Polícia, forjou um homicídio, tal facto assusta.

   É que não se trata de uma boa ou má Justiça, nem de uma Justiça lenta ou célere.

   Trata-se de uma injustiça. Sem possibilidade de reparação, porque o tempo infelizmente não volta para trás.

   E não foi cometida por falta de meios, por cortes orçamentais ou por qualquer outra questão política.

   Foi cometida porque a vida dos outros interessa pouco se atrapalha a nossa.

   E isso METE MEDO!

 

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Livro: A Sala das Perguntas
Estado de Alma: Incrédulo
publicado por Lanzas às 10:57

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EM DESACORDO

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