Na vida política como na vida pessoal de cada um de nós de repente vimo-nos confrontados com situações inimagináveis até ao momento que acontecem.
José Sócrates na tomada de posse do seu primeiro consulado proclamou que a estratégia de Portugal em termos de política externa seria Espanha, Espanha, Espanha.
Trocadilho de mau gosto, e pouca visão, que não resistiu aos tempos de mudança, e foi abandonado pela aproximação a outros Países, alguns de pior coturno diga-se em abono da verdade, e que nalguns casos nos envergonham, como por exemplo nas relações bilaterais entre José Sócrates e Hugo Chávez.
A Líbia foi outro exemplo flagrante, e em troca de barris de petróleo ajudamos, assim como outros Países com maiores responsabilidades, a dar credibilidade a um regime e a um déspota, que não há muito tempo atrás tal como agora, era apontado como um assassino e persona non grata para qualquer democracia que se prezasse.
Todos nos recordamos das tristes figuras de José Sócrates aquando da sua quarta visita em cinco anos aquele País. Um pequeno excerto das notícias publicadas na imprensa em Setembro de 2010 (Foi apenas há 6 meses, lembram-se ?) sobre a visita dão conta da humilhação sofrida:
“... acompanhado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, José Sócrates chegou a Tripoli ao final da tarde, tendo sido recebido no aeroporto militar pelo primeiro ministro líbio. A comitiva do Governo português teve depois cerca de três horas de espera, até se iniciar a recepção do líder líbio, Muammar Kadhafi, a que se seguiu um banquete, tendo o encontro especial de alto nível, que durou apenas 20 minutos, começado já perto das 23h00 horas locais, No final desta reunião destacou-se o convite feito por Muammar Kadhafi a José Sócrates para se deslocar para a cerimónia das comemorações da revolução líbia no seu carro. As comemorações, que decorreram pela madrugada dentro num grande hipódromo da capital líbia, abriram com uma longa série de discursos. Todos de elogio exaltante do regime.”
Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, e agora Portugal, como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas desde Janeiro vai nesse âmbito presidir ao comité de sanções para a Líbia, um País “amigo” a que José Sócrates e o seu Ministro do Estado e Negócios Estrangeiros Luís Amado ajudaram a branquear as barbaridades cometidas.
«Houve um grande consenso no Conselho de Segurança e aceitámos», Luís Amado, dixit.
Faz-nos lembrar a canção de Luís Represas: “Foi fácil, ela é que pediu”, ou como diria o meu Pai: "Sou dessa opinião ou da contrária de preciso fôr".