O comportamento de José Sócrates, ontem no debate da Assembleia da Republica para discussão do chamado PEC 4 mostrou cabalmente, se dúvidas existissem, da sobranceria para não dizer desprezo com que se tem comportado nestes últimos anos perante as Instituições eleitas democraticamente pelo povo português.
A atitude de abandonar as instalações dessa mesma Assembleia ostensivamente, logo após a intervenção do Ministro das Finanças, revela a sua forma sem grandeza de estar na política que é aliás seu apanágio.
Sejamos claros, José Sócrates não dispõe, nem nunca dispôs, de estofo democrático como ontem cabalmente demonstrou.
Não quis, não soube, transmitir uma imagem de serenidade e compostura, preferindo deixar os seus pares, sim porque antes de ser Primeiro-ministro é deputado, "a falarem sozinhos" na senda aliás do que que tinha feito na apresentação de cumprimentos ao Presidente da Republica na cerimónia de posse do mesmo.
Existe um mundo de diferença na cultura democrática de José Sócrates em relação a nomes socialistas de vulto como Salgado Zenha, Mário Soares, António Guterres, Jorge Sampaio, António Sérgio, Almeida Santos, Miguel Alegre, Jaime Gama e tantos, tantos outros nomes de verdadeiro relevo do Partido Socialista.
O seu comportamento de falta de cortesia, como dizia ontem outra insigne personalidade da cultura portuguesa, António Barreto, raia a falta de educação. E estas coisas "do chá" são definitivas. Ou vêem do berço ou nunca mais se chega lá.
Embora mais mitigado o comportamento de Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, também não foi brilhante ao abandonar o hemiciclo quando Manuel Ferreira Leite falava em nome do PSD.
Tal comportamento também não o dignifica nem pessoalmente nem ao Governo, que na altura representava.
Nos antigos arraiais das campanhas da pesca do atum costumavam os pescadores dizer entre si: Quanto mais o mar se "alevanta" mais um homem tem de lhe fazer peito.
Foi pena nem um nem outro terem mostrado "peito" para fazer frente a uma mar chão.
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