Quarta-feira, 18 de Maio de 2011

RECEITA PARA O COELHO

   Está a chegar ao fim a fase da pré-campanha eleitoral, e consequentemente os debates entre os candidatos dos partidos actualmente com assento na Assembleia da Republica.

   Sem nos determos sobre aqueles que já foram  efectuados, os quais globalmente tiveram aspectos positivos, queremos sobretudo deixar aqui, atempadamente, uma mensagem para o ultimo debate a realizar-se na próxima sexta feira entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho.

   O Partido Socialista apresentou-se a estas eleições com um conjunto de ideias gerais, sem correspondência com a realidade vivida pelo País, as quais poderiam ter servido para as eleições de 2005 ou 2009, mas que face à situação actual valem muito pouco, e estou a ser simpático, apostando tudo na capacidade que se reconhece ao seu líder para "vender" meia duzia de ideias feitas,  "marteladas" sistematicamente, que continuam a fazer mossa nos adversários.

   Nas hostes socialistas, chegados a este ponto "do campeonato" sem que tenham existido rombos de maior no porta-aviões, o seu Secretário Geral, tendo conseguido o inacreditável êxito de  desacreditar os Partidos que não tinham apresentado  o respectivo programa eleitoral antes dos debates, como se o próprio tivesse alguma consistência, e por outro lado atacando violentamente o único partido, o PSD, que apresentou um Programa concreto, com o qual se pode discordar, mas que é conciso, aponta soluções e metas e tem por base a situação real do País, que goste-se ou não, está plasmada no Acordo celebrado entre o Governo e a chamada Troika, a sensação é de vitória.

   Ora Pedro Passos Coelho ainda dispõe, neste momento, de 20 minutos para ganhar estas eleições. É o seu tempo no próximo debate de sexta feira. E isto porque se não ganhar folgadamente o debate, as eleições estão perdidas.

   O que terá  então de  fazer para conseguir esse desiderato? Não é simples, mas não é de todo impossível. Desde logo eleger quatro/cinco pontos fortes do seu programa eleitoral, que os tem, para fazer renascer alguma esperança aos eleitores desesperados e repeti-los à saciedade. Ignorar o seu contendor, José Sócrates, que vai necessariamente provocá-lo com um conjunto de "factos concretos" para o desacreditar à vista dos eleitores, não respondendo nunca a nenhuma dessas provocações, deixando José Sócrates falar sozinho.

   Não interromper em nenhuma circunstância José Sócrates e não deixar que este o interrompa. Caso José Sócrates insista, e vai fazê-lo de certeza, pura e simplesmente deve calar-se, esperar que o moderador lhe devolva a palavra e continuar a expor as suas ideias ignorando em absoluto o que o adversário tenha dito.

   Nas respostas às questões colocadas pelo moderador deve ser correcto e concreto, mas sem se deixar desviar dos pontos que elegeu para apresentar soluções para o País.

   Deve resistir, durante as suas intervenções a qualquer referência negativa quer ao PS, quer a José Sócrates e às suas politicas e erros passados, utilizando esses vinte minutos exclusivamente para fazer renascer a esperança do Povo português ao apresentar os pontos positivos do seu programa eleitoral.

   E no minuto final disponha então de 30 segundos para salientar  dois/três, dos muitos, aspectos da governação socialista que nos conduziram ao estado em que actualmente nos encontramos, e os outros 30 segundos para desejar boa sorte ao candidato José Sócrates na sua vida pessoal depois de perdidas as eleições.

   A receita está dada. Agora é consigo "cozinhar" o seu adversário. Se o não fizer pode-se discutir como vamos comer o Coelho. À caçador, estufado, guisado, com arroz, na brasa, como quisermos.

   Mas quem está frito é Portugal.

 

{#emotions_dlg.chat}Post 325

Estado de Alma: Un gourmet
Livro: A Fala da Memória
publicado por Lanzas às 09:25

link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito
Quarta-feira, 11 de Maio de 2011

CONFERÊNCIA OTOC/TSF/DN

   Decorreu ontem no Centro Cultural de Belém uma Conferência promovida pela Ordem dos Técnicos de Contas, TSF e Diário de Notícias subordinada ao tema "A União Europeia e a Política Fiscal", onde entre os oradores convidados estiveram os líderes dos cinco Partidos com assento parlamentar. Participaram igualmente Francisco van Zeller que num tom coloquial, como convinha, trouxe às colação reflexões oportunas sob o ponto vista empresarial, Rogério M Fernandes Ferreira, com uma intervenção, pese todo o seu nível intelectual e prestígio, confusa e sem grande interesse e José Gomes Ferreira, com uma intervenção salpicada de humor, com algumas reflexões arrojadas a levantar algumas questões pertinentes que por certo veremos desenvolvidas com o decorrer dos tempos.

   Relativamente aos líderes partidários três deles, Passos Coelho, Paulo Portas e Francisco Louçã, apresentaram uma visão global e fizeram alguma reflexão, segundo os seus pontos de vista, sobre o Acordo recentemente celebrado com a denominada troika e apresentaram algumas sugestões sobre alterações no panorama da política fiscal portuguesa, aproveitando a época de pré campanha para dar algumas "bicadas" nos pontos de vista alheios. No geral estiveram bem. Por seu lado Jerónimo de Sousa teve uma participação desinteressante em que se limitou a ler um conjunto de reflexões que não trouxeram nenhuma novidade substancial.

   Para encerrar os trabalhos esteve presente José Sócrates. Começou mal, primeiro por chegar atrasado o que estando na linha do comportamento generalizado de todos nós, portugueses, não fica bem a um convidado. A seguir ao agradecer o convite aos promotores da iniciativa referiu-se à Ordem como sendo a dos Revisores de Contas,  e ao sentir algum movimento de desconforto na sala e ter implicitamente assumido que não tinha ideia de quem o convidara voltou a repetir: "Eu disse bem, Ordem dos Revisores de Contas, não disse?" E perante a correcção da plateia rematou "Ordem dos Técnicos de Contas eu tive alguma participação nisso, mas já foi há muito tempo". Deselegante. Era como se Paulo Baldaia, o Director da TSF, que fez a apresentação o tivesse apresentado como engenheiro José Bonifácio. Não vinha mal ao mundo mas era feio.

   Foi um José Sócrates cansado, sem ideias,  que demorou uma eternidade, 45 minutos, a tentar demonstrar que o mau funcionamento dos mercados é o pai de todos os males sendo os únicos culpados da crise que nos esmagou, enquanto os Estados, (Portugal e ele José Sócrates, incluidos já se vê) fizeram o seu melhor para proteger os seus cidadãos, enquanto os mercados desregulados os afundava.

   Sem entrar em grandes comentários dá vontade de perguntar: Então e a desregulamento dos mercados é culpa de quem? Do Zè Povinho?

   Apupado pela assistência lé se debruçou ( 2 minutos?) sobre a política fiscal do seu partido, sem rasgo nem convicção.

   Foi um triste espectáculo que proporcionou e que os presentes não mereciam.

Estado de Alma: Desiludido
Livro: Café Central
publicado por Lanzas às 12:00

link do post | comentar | favorito
Domingo, 8 de Maio de 2011

PORTUGAL, SA

   Analisado o Acordo celebrado entre as Instituições Internacionais e o Governo Português, o qual obteve igualmente o acordo, ou pelo menos a sua aceitação, por parte dos outros dois partidos do chamado arco governamental, verifica-se que Portugal dispõe finalmente de um Programa de Governo para os próximos três anos com áreas de actuação perfeitamente identificadas, objectivos concretos definidos e com prazos precisos para a sua execução, ao contrário do que tem sucedido até agora com  os sucessivos Governos em que os Programas apresentados se limitavam a um arrazoado que ninguém lia, poucos conheciam, e só servia para ser utilizado como arma de arremesso à oposição, quando os Governos pretendiam impor alguma medida por mais estafurdia que fosse, utilizando o sacrossanto argumento: "Tal como consta no Programa do Governo".

  Ao contrário da paranóica NÃO APRESENTAÇÃO do Acordo por alguém que não se sente constragido em dizer hoje  exactamente o contrário do que disse ontem, trata-se um programa que vai sair da "pele" dos portugueses. Mas que neste caso, apesar de tudo, merece uma melhor aceitação por parte da generalidade do País pelo facto de fazer acreditar ser possível reverter a politica económica desastrosa que tem sido seguida, e que pode se bem explicado e melhor aplicado servir de base para uma mobilização geral para fazer face ao desastre anunciado.

   Porém, mais do que os conteúdos do Acordo, o que verdadeiramente nos deve preocupar é a sua aplicação concreta. Em termos estritamente profissionais não seria nada do outro mundo. Um bom Gestor de Empresas com este Acordo numa mão, um Manual Político de Instruções na outra, e uma remuneração atractiva, com um bom prémio por objectivos, dispondo de autonomia para escolher a sua equipa e evitar intromissões no seu trabalho que não fosse a obrigatoriedade da apresentação regular e calendarizada dos resultados obtidos para permitir a verificação da prossecução dos objectivos definidos, conseguiria esse desiderato com relativa facilidade.

   Por isso temos pugnado para que por uma vez, uma única vez, os Partidos responsáveis leia-se (PS e PSD, eventualmente com o CDS) se pusessem de acordo, antes das eleições, para a apresentação conjunta da Figura que viria a Chefiar o próximo Governo durante os próximos três anos, durante os quais executaria as medidas consignadas no Acordo já subscrito, bem como as que viessem a constar do Manual Político de Instruções emanado desses mesmos Partidos.

   Se isto for inconstitucional, e não me parece que o seja, então aplique-se o mesmo princípio definido pelo Governo quando dos cortes da remuneração dos funcionários públicos: "Há princípios que se sobrepõem, (à Constituição) nomeadamente o interesse público de assegurar a sustentabilidade das contas públicas."

   Aos Partidos caberia fazer aprovar as Leis emanadas desse Governo as quais permitiriam a concretização dos objectivos traçados; fazer a pedagogia democrática junto da população; reciclar os seus Dirigentes e prepará-los para os desafios aliciantes que a partir de 2014 poderiam protagonizar, depois uma escolha democrática por parte dos eleitores.

   Pode dizer-se que estou a sonhar. É capaz de ser verdade... mas atenção ao poema de António Gedeão :

                                                                                                               

                              Eles não sabem, nem sonham,
                              Que o sonho comanda a vida,
                              Que sempre que o homem sonha 
                              O mundo pula e avança
                              Como bola colorida
                              Entre as mãos de uma criança.

 

       {#emotions_dlg.chat}Post 319

 

Estado de Alma: A Sonhar
Livro: Audácia da Esperança
publicado por Lanzas às 15:57

link do post | comentar | favorito
Sexta-feira, 6 de Maio de 2011

OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS

   É sabido que os eleitores são os Deuses dos políticos. São eles, os Deuses, que lhes oferecem as suas prebendas (os votos), lhes dão ou retiram notoriedade, validam ou não as suas políticas.

   É pois no mínimo estranho que após seis anos de uma política errónea, concebida para ser executada de acordo com os calendários eleitorais, por um Primeiro ministro que notoriamente não reúne condições para o cargo (são conhecidas e relatadas amiudadamente na imprensa os seus ataques de fúria durante os quais  OVI's - Objectos Voadores Identificados, vulgo telemóveis, executam vistosas mas arriscadas trajectórias no céus dos gabinetes) e cuja forma de estar na política pode ser considerada de dissimulada, pois é arrogante e prepotente quando se encontra em superioridade numérica, e supostamente humilde quando essa superioridade desaparece, mas sempre vingativo e pronto para denegrir na primeira oportunidade, os inimigos, leia-se adversários políticos; as sondagens publicadas hoje pela imprensa, a um mês das eleições que se vão nomear os Gestores do Acordo para os próximos anos coloquem o partido de José Sócrates com uma vantagem de 2% face ao Partido de Pedro Passos Coelho.

   Isto apesar de 74% dos Deuses acharem que o actual Governo é mau ou mesmo muito mau, o que não admira, pois para executar uma política de combate eleitoral permanente José Sócrates tinha de se rodear de Ministros de 2ª ou mesmo 3ªs. linhas, alguns dos quais  nem no Arrentela tinham lugar, ou boys do partido sem capacidade de imporem o que quer que seja e suficientemente "maleáveis" para abanarem com a cabeça a tudo o que o lhes era imposto, o que sobretudo no 2º. mandato foi notório, com algumas honrosas excepções, nomeadamente de Luís Amado um paradigma de independência face ao Grande Líder, e apesar de tudo Teixeira dos Santos, embora este com um percurso político mais sinuoso, que a sua carreira académica e profissional não fazia crer ser possível.

   Ora uma política destas tinha necessariamente de acabar em tragédia. Foi o que aconteceu. Apesar de se ter conseguido um bom Acordo, face às circunstâncias, com o FMI/UE/BCE, a sua implementação tem enormes custos e comporta pesados sacrifícios para a generalidade dos portugueses, mas particularmente para os mais necessitados.

   Por isso mesmo e face às sondagen publicadas os Deuses, ou seja o eleitores, devem mesmo estar loucos.

   Esperemos que se curem a tempo de evitarem outra catástrofe.

 

{#emotions_dlg.chat}Post 318

Livro: Os Deuses que Fizeram o Cé e a Terra
Estado de Alma: Louco, como os Deuses
publicado por Lanzas às 15:12

link do post | comentar | favorito
Domingo, 1 de Maio de 2011

AS ELEIÇÕES DE 5 DE JUNHO

   Temos a opinião, contrária ao que temos visto expresso por outros analistas, que as próximas eleições para a Assembleia da Republica a disputar no próximo dia 5 de Junho não  têm um carácter decisivo para Portugal. Nem sequer importante.

   A cartilha que vai ser executada em todos os domínios da governação do País por imposição dos novos poderes instalados em Portugal, FMI/UE/BCE, tornam irrelevante saber quem vai ser o próximo Primeiro ministro, sendo fácil acreditar  que  quem exercer o cargo nesse período vai ter uma nódoa no seu curriculum, e não um facto relevante de que se possa vir a orgulhar. 

   Por outro lado o cenário de empate técnico que se está a desenhar nas sondagens que têm sido publicadas e que parece realmente ser o resultado mais provável, mostra quanto para os portugueses é indiferente saber quem sairá vencedor, pois que inevitavelmente este vai ter que encontrar soluções de compromisso com alguns dos restantes partidos, por forma a poder cumprir as directrizes da Troika, e só nessa área dos acordos entre partidos pode surgir alguma surpresa de última hora, e isto porque para os dois principais partidos, PS e PSD,  as consequências de uma vitória ou derrota eleitoral não terão  exactamente o mesmo impacto.

   Se o PS for derrotado as consequências globais para este partido não serão significativas. Poderá mais tarde ou mais cedo haver a natural renovação de Secretário Geral, sendo porventura substituído por um político menos agressivo e com uma maior capacidade de abrangência no espectro politico nacional, o que tem sido uma das manifestas falhas do partido, pese as últimas tentativas de minimização de Sócrates com o discurso pouco credível de "há muito tempo que ando a falar em convergência, mas ninguém me ouve", e pouco mais.

   Já no PSD, na nossa óptica, uma derrota será devastadora. Com efeito o partido e o seu Presidente Pedro Passos Coelho, partiram para estas eleições de uma posição absolutamente invejável com a previsão de uma vitória folgada, e mesmo de provavel maioria absoluta, mas têm vindo  paulatinamente a desbaratar essa enorme vantagem.

   Começou a desenhar-se essa perda de vantagem com o afastamento voluntário, ou imposto, de pessoas que tendo sido referenciais do partido em determinados momentos, poderiam agora acrescentar credibilidade à renovação necessária. E este facto fez passar para a opinião pública a impressão, eventualmente incorrecta, que o partido não estava pronto para governar, pois as fragilidades de Pedro Passos Coelho, pese as sua qualidades, não estão devidamente enquadradas pela experiência e competência de antigos lideres ou outros altos responsáveis partidários, que ajudariam a mesclar a renovação e a torná-la credível.

   Por outro lado algumas escolhas de candidatos, estamos a referir-nos concretamente a Fernando Nobre, foram apresentadas de forma absolutamente destrambelhada, que colaram ao candidato e ao partido a chancela de oportunismo político, e que as posteriores declarações deste não ajudaram a dissipar, bem pelo contrário. Aquela de afirmar, "com franqueza", que nem sequer lera o programa eleitoral do partido é de cabo de esquadra.

   E a afirmação de Marques Mendes a este respeito "È fraude, é uma burla", foi mortífera.

   E por falar em declarações, as proferidas por Passos Coelho de que "Sócrates se limitou a informá-lo do PEC4 na véspera e por telefone", para três semanas depois revelar que afinal "o telefonema servira para marcar o encontro durante o qual tomou conhecimento do mesmo", arruinou de vez a sua credibilidade política, tornando-o com isso um político igual aos outros, leia-se Sócrates, objectivo que este há muito perseguia para descrebilizar Passos Coelho, e que serve agora de pretexto para ataques durante a campanha eleitoral. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.

   A verificar-se pois uma derrota do PSD, sobretudo se esta for de alguma forma significativa, os  militantes e partidários não deixarão de apresentar a factura de tal facto ao partido com consequências imprevisíveis, pois vai por certo assistir-se à "refundação" de um novo PSD. 

   De notar que Pedro Santana Lopes continua a andar por aí, de braço dado com Durão Barroso, e pode conseguir, ele ou outro, criar um partido com sucesso, onde caibam várias correntes, num confronto de ideias permanente, mas que na hora de disputar eleições se saiba unir em torno de um Chefe e de uma identidade própria, que não tenha complexos nem dúvidas em apontar aos portugueses, sempre sem mentiras, os caminhos a percorrer, por mais difíceis que estes sejam.

   Então o quadro partidário do País pode vir a sofrer significativas alterações.

   Temos de esperar para ver. 

 

{#emotions_dlg.chat}Post 311 

Estado de Alma: A Votar
Livro: O Sucesso Não Acontece por Acaso
publicado por Lanzas às 16:50

link do post | comentar | favorito
Domingo, 24 de Abril de 2011

FUTRE, O CHINÊS E O SPORTING

   Acompanhamos à distância Paulo Futre desde os seus primórdios quando ainda "puto" demonstrava a sua habilidade inata para a prática do desporto onde se veio a notabilizar, nos torneios de Futebol de Cinco realizados no ringue do Clube de Campismo do Concelho de Almada.

   Recordamos com carinho o saudoso companheiro Orlando (é só até à vista, irmão) que quando arbitrava os jogos onde o irreverente Paulo Futre participava, invariavelmente o punha na rua por períodos de 2 e 5 minutos sucessivos. "O puto tem que aprender", dizia pedagógico para a assistência que protestava, pois o que a "malta" queria era ver as habilidades daquele a quem todos auguravam já um trajecto de sucesso.

   Vêm à memória as almoçaradas com João Paulo, o Pai, na roulotte do Julio com outros companheiros. As partidas de cartas à Sueca ou ao King que fizeram história, e são a base de histórias que ainda hoje se contam

   Recordamos, igualmente, a sua partida para o primeiro treino do Sporting, perante a tristeza daqueles que queriam que primeiro fosse treinar aos vizinhos da 2ª. Circular.

   O resto é a história conhecida que portanto não necessita ser contada, e se vou buscar estas memórias à arca do tempo é por causa do episódio do Chinês que Paulo Futre protagonizou quando das recentes eleições presidenciais no Sporting.

   Poderia ser um episódio engraçado, e até demonstrar a irreverência e a capacidade inata dos latinos, e dos portugueses em particular, para o desenrascanço, mas daí a ser utilizada como um "golpe de génio" vai uma distância do tamanho do mundo que o Sporting não merecia.

   É  verdadeiramente "Um esboço da alma `Tuga´" , a qual foi tão bem retratada por Fernando Madrinha num artigo publicado no Expresso de Junho de 2002, justamente com este título, e do qual respigamos apenas esta passagem: " ... É aí que mais facilmente encontramos o "tuga" perfeito, impostor e fanfarrão, demagogo e malandreco, seja a jogar à bola ou ao sucesso dos seus negócios, com um pé na direcção do clube ou de qualquer organismo associativo e outro na política ou na construção civil ... "

   O "boneco"  assenta que nem uma luva e até parece que tinha destinatário. Senão vejamos esta pérola retirada de uma recente entrevista de Paulo Futre:
   " ... Tenho uma empresa de consultadoria. Faço de tudo. Sou consultor de tudo, desde energia a construção, etc. e também na parte desportiva..."

   É elucidativa e serve para recordar a vantagem de um pequeno almoço com um candidato a Primeiro ministro na véspera das eleições. Ou então um digestivo com Licor Beirão, com aquele que as perder.

 

{#emotions_dlg.chat}Post 302

Estado de Alma: Chinês
Livro: Cadeneta de Cromos
publicado por Lanzas às 15:45

link do post | comentar | favorito
Domingo, 28 de Fevereiro de 2010

OS TRÊS MOSQUETEIROS

    

  Quando era puto, nas  brincadeiras de guerras, feitas com espadas de madeira "fabricadas"  com tábuas das caixas vazias da fruta, sacadas à porta da Praça (alta tecnologia), os três mosqueteiros tinham nome : Cócó, Ranheta e Facada.

 

   Os "verdadeiros" Três Mosqueteiros também têm nome: Athos, Porthos e Aramis,  a que se juntou D’Artagnan, um jovem fidalgo cujo sonho era fazer parte da guarda do rei Luís XIII de França.

 

   “Um por todos e todos por um”  foi a  expressão associada ao lema que os uniu : Justiça, Honra, Dedicação e Fidelidade, pontos cardeais da conduta destes quatro heróis imaginados pelo romancista francês Alexandre Dumas em “Os Três Mosqueteiros” (1844).

 

   Vem esta evocação a propósito dos candidatos a Presidente do PSD, que se vão defrontar defrontar em eleições directas.

 

   Cada um deles terá as qualidades suficientes que lhes permitem ter a ambição de dirigir um Partido actualmente na oposição, mas com natural apetência para governar.

 

   Porém a sensação que fica no ar é que nenhum deles tem a chispa de um D’Artagnan, que pudesse tomar verdadeiramente o comando das tropas, e ser o guardião das aspirações mais profundas do povo laranja.

 

   Será que o Congreso extraordinário permitirá encontrar um verdadeiro Leader que possa congregar à sua volta todas as forças,  unir grupos, facções e demais capelas, e tornar o PSD um Partido forte, que sem perder de vista a sua identidade, possa em conjunto com quem ainda se encontra legitimamente no poder, ajudar o Povo deste pobre País a atravessar o longo deserto que está cada vez mais perto e que inevitavelmente teremos de atravessar?

 

   E não é perdendo os seus melhores pelo caminho, como anunciou o Leader do Grupo Parlamentar, que já fez saber que renunciará ao cargo em caso de derrota, que o Partido irá chegar a algum lado que mereça a pena.

 

   Se realmente não houver D’Artagnan que lhes valha, (ou D. Sebastião) então unam esforços, encontrem consensos e não se ponham a gritar cada um para seu lado a dizer coisas antagónicas que ninguém compreende.

 

   Como querem ser levados a sério quando o Partido se prepara para estabelecer um acordo que permita a aprovação do célebre PEC que aí vem, e já um dos candidatos avisa que se for eleito não o reconhecerá.

 

   Entendam-se senhores, escolham quem quiserem, mas falem a uma só voz, se não nunca mais serão ouvidos - Como não têm sido.

 

 

Estado de Alma:
publicado por Lanzas às 07:49

link do post | comentar | favorito

EM DESACORDO

Janeiro 2015

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

posts recentes

COMPANHEIROS DE PARTIDO

A TSU E AS ENTIDADES PATR...

BOAS FÉRIAS SENHOR PRIMEI...

ARTUR SANTOS SILVA - UMA ...

TÃO AMIGOS QUE ELES SÃO!

OBVIA...MENTE. DEMITA-O

O ELO MAIS FRACO

O COISO E AS COISAS

SUBSÍDIOS PARA QUE VOS QU...

O TGV OUTRA VEZ

arquivos

Janeiro 2015

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Procurar no blog

 

links

blogs SAPO

subscrever feeds

tags

todas as tags