É da mais elementar justiça que, em circunstâncias normais, ninguém seja obrigado a estar onde não quer estar.
Também é verdade que a sabedoria popular diz que só faz falta quem está presente, e se alguém não quer estar, paciência.
Ora se os autoproclamados herdeiros de Abril não querem comemorar aquilo que dizem ser o seu maior feito, não estão. Direito seu.
Se os ex-Presidentes da Republica (incluindo aquele que em primeiro lugar pediu ajuda ao FMI) e um ex-candidato a Presidente da Republica não querem estar presentes, não estão. Direito seu.
Acontece porém que os militares, feito o que fizeram, não tem direitos especiais sobre a Democracia, nem tiraram assinatura para nos governar para o resto da vida, até porque afirmações públicas recentes de alguns dos principais rostos dessa aventura como Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, fazem admitir um princípio de senilidade. E, já agora, porque quem nos governa hoje tem a legitimidade do voto em democracia para o fazer.
Por isso mesmo todos aqueles que hoje podem votar livremente e falar sem constrangimentos, nem medo sobre os nossos governantes e os nossos militares, o que no tempo da outra senhora dava direito a uma estadia com pensão completa em Caxias, agradecem a quem, na nossa opinião, por interesses meramente corporativos deram corpo a uma revolta, que devido ao estado de podridão do regime anterior se transformou numa revolução. Acabaram por chegar onde nunca tinham sonhado que chegariam, governar Portugal, até porque não tinham um mínimo de preparação para tal.
E eles sabem, que nós sabemos, que eles sabem, que é assim, e não como agora apregoam depois de procurarem reescrever a História.
Estamos agradecidos, mas só isso. Ponto Final.
Post 475
Temos assistido nos media a um tratamento "português suave" relativamente às opiniões manifestadas por dois ilustres representantes da revolução do 25 de Abril.
Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Gonçalves de seus nomes, têm obviamente o direito de dizer tudo o que pensam, até porque colaboraram intensamente para isso acontecesse com todos os portugueses, devido à sua participação no derrube do Governo do Estado Novo o qual se tinha algo de abominável, e tinha muitas coisas, uma delas era o facto de as pessoas não se poderem manifestar livremente.
Sobre isso estamos conversados e agradecidos.
Agora anunciar que "a revolução, ou a convulsão social, vem aí" ou que "os militares devem planear uma operação militar e derrubar o Governo, se forem ultrapassados certos limites"; limites esses que obviamente serão determinados pelo senhor "General", parece à luz da democracia excessivo e fora de contexto.
É verdade que quem teve uma vez o poder raramente gosta de ficar longe dele, mas estas vozes que por si só não valem mais do que valem quem as expressou encerram um perigo.
O de minorias de ideologias e interesses vários julgarem ver naqueles senhores um, ou mais, caudilhos e quererem cavalgar alguma onda de descontentamento, na esperança que venham a ser por eles apoiados, o que a acontecer não seria mais do o "vento soão ... atira aos desesperados a corda com que se enforcam na trave de algum desvão ...", conforme José Régio dixit.
Há uma frase que define bem as posições assumidas. Uma mãe faz muita falta, mas o tininho ... !
Post 417
Eram 20,01h em Portugal Continental e na Madeira e 19,01h nos Açores, quando o País acordou de um pesadelo.
Acabaram seis anos de Governo que deixaram o País exangue, à beira da bancarrota, sem crédito e sem expectativas.
Foram 4 anos de "ditadura"! de uma maioria absoluta exercida sem contemplações para com os opositores, vencidos democraticamente nas urnas, mas tratados em publico como verdadeiros inimigos, e não como como adversários políticos cujas propostas deveriam também ser tidas em conta, como se a verdade estivesse exclusivamente omnipresente na cabeça de um iluminado.
Quem foi adulto antes de 1974 sabia do que se tratava.
Seguiram-se 2 anos de um governo sem qualquer rumo que conduziu o País para a bancarrota através de políticas absolutamente desadequadas, prosseguidas ao sabor dos ciclos eleitorais, com o aumento dos vencimentos dos funcionários públicos e diminuição de impostos em vésperas de eleições, em absoluto contra ciclo com o que se passava no resto da Europa e no Mundo. Como consequência dessas políticas tivemos um aumento devastador do desemprego, do défice público, da dívida soberana e dos juros da mesma, como nunca se havia assistido em Portugal.
Feita a catarse o País tem de partir na busca de um novo rumo que lhe permita voltar a ter esperança, depois de corrigir os erros, e lutar contra o momento adverso que atravessamos, acreditando que os seus filhos vão ter um futuro melhor.
O mar sempre foi o nosso destino. Depois de ultrapassado este Cabo das Tormentas a rota será com certeza de bonança.
Sempre soubemos desvendar mundos ao mundo e superar as nossas dificuldades.
Não vai ser diferente agora.
Post 344
Já depois de publicado o Post que intitulamos "As Foleirices de José Lello", este em declarações aos jornalistas à margem da entrega das listas do PS pelo círculo do Porto afirmou que a mensagem no Facebook na qual apelidou o Presidente da República de "foleiro" foi "involuntária", adiantando que estava a trocar mensagens privadas naquela rede social através do seu telemóvel e que a mesma "transitou para o sector público", o que, reconheceu, foi "desagradável", e adiantou com ligeireza e um sorriso ... nos lábios que se "eu dissesse em politiquês o que pensava nessa altura teria dito que o senhor Presidente da República não tinha sido suficientemente abrangente para incluir os partidos políticos e os demais parlamentares naquela que era a festa do 25 de Abril", reconhecendo que escreveu em "português redondo".
Porque estamos numa fase de contenção verbal, diremos apenas que José Lello, quis fazer dos portugueses "quadrados".
Dado que não se ficaram a dever a nenhuma "arreliadora deficiência tecnológica" estas afirmações são desajustadas, no mínimo, por causa da tal contenção verbal, pois os Partidos políticos foram convidados e estiveram representados, assim como a Assembleia da Republica, esta na pessoa do seu Presidente.
Provavelmente José Lello, achar-se-ia com direito a convite particular.
É tudo uma questão de umbigo.
Post 306
No Post que ontem publicamos sobre a data histórica que se comemorava, perguntava-se a determinada altura se o 25 de Abril mereceu a pena. E acrescentamos: A resposta é inequívoca - Claro que sim. E entre outras razões invocamos: Ninguém está preso por manifestar a sua discordância em relação aos poderes instalados.
Claro que era suposto não serem as liberdades de expressão escrita, falada, de associação, etc., que nos foram devolvidas com o 25 de Abril utilizadas da forma grotesca como fez ontem José Lello, deputado socialista, que na sua página no Facebook afirmou: "Este Presidente é mesmo foleiro, nem sequer convidou os deputados para a cerimónia do 25 de Abril", pouco depois do Presidente da República ter pedido aos agentes políticos uma campanha eleitoral "sem subterfúgios e crispações artificiais, sem querelas inúteis".Obviamente temos o direito de não concordar com as posições assumidas pelo Presidente da Republica, ou mesmo não gostar do personagem, mas daí a chamar "foleiro"à figura de topo do nosso edifico politico-constitucional vai uma diferença do tamanho do mundo.
E José Lello não é um vulgar militante socialista, metido em camionetas, com direito a uma "sandocha" e um sumo, para de bandeirinha na mão ir apoiar o Grande Líder ao Congresso, e ter direito a vinte segundos de fama na televisão a dizer baboseiras ( "pecado" aliás comum a todos os partidos).
Era o presidente do Conselho de Administração da Assembleia da Republica, foi Ministro da Juventude e do Desporto no XIV Governo Constitucional, e Presidente da Assembleia Parlamentar da NATO, desde 2007, entre outros lugares de destaque.
É portanto um político com responsabilidades, mas que gosta de utilizar de vez em quando uma linguagem algo desbragada tal como "Aquilo não é a aldeia dos macacos.", referindo-se à Assembleia da Republica, que se revê numa esquerda socialista trauliteira que tem em Santos Silva o expoente máximo, na sua vontade insana de "malhar na direita".
Voltando à questão central deste texto, José Lello enquanto deputado considera "foleiro" não ter sido convidado para a festa do vizinho, leia-se Presidente da Republica, mas ao fim de 37 anos de festas no seu Quintal não quis lá festança este ano para não se comprometer, e pela primeira vez na história da democracia não houve qualquer cerimónia no dia 25 de Abril no Parlamento, por opção dos próprios partidos políticos.
Realmente há muita gente em Portugal a olhar apenas para o seu umbigo.
Já estou como diz um amigo meu: "Se ao menos fechassem a matraca".
Post 305
Ontem foi um dia em cheio na "Comissão eventual de Inquérito Parlamentar à relação do Estado com a Comunicação Social, nomeadamente à actuação do Governo na compra da TVI".
Convenhamos que o nome não é muito feliz, mas enfim foi o que se arranjou.
Não vamos hoje fazer nenhuma avaliação ao que lá foi dito. Vamos esperar pelos desenvolvimentos.
Apenas queremos deixar expresso o desagrado sentido pelo comportamento do Deputado Dr. Osvaldo Castro na referida sessão. Mais parecia que estava na esplanada de um café, estirado na cadeira, a beber uma bica e a fumar um cigarro. Não foi bonito.
Por muito que não lhe interesse o que dizem as pessoas que lá vão, por muito que desconsidere os seus pares, é feio.
E contrasta vivamente com o seu correcto comportamento enquanto Presidente da "Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias". Não pode ter dois pesos e duas medidas.
Para além de tudo o mais nunca devia esquecer que um Deputado deve ser em todas as situações um exemplo para quem o elegeu. Digo eu. Não Sei.
Podemos estar descansados. Sabemos de fonte segura que Inês Medeiros não tem intenção de ir morar nos próximos tempos para a Nova Zelandia nem para a Papua, ao contrário do que chegou a circular nos corredores da Assembleia da Republica.
Por agora vai manter a residência em Paris, o que faz com que a "malta" que desconta o IRS e outras alcavalas com sangue, suor e lágrimas só vai "entrar de serviço" com mais de 6.000 € mensais para as viagens da Senhora. Uma ninhariazinha, portanto.
Agora a sério. Que mais valia acrescenta Inês Medeiros ao noso Parlamento para que tenhamos de pagar cerca de 75.000 € por ano, só porque a Senhora mora em Paris. Vá lá confessem que esta situação não tem qualquer nexo, a não ser, ao que se diz, servir para pagar o "favor" de ter sido mandatária do "camarada" Vital Moreira.
E a prebenda ainda era para ser maior: Deputada do Parlamento Europeu, nem mais nem menos. Pois, Estrasburgo ali tão perto.
Agora uma pergunta minha Senhora: Se a votação para a aprovação do tal relatóriozinho que lhe garante as viagens pagas, só possível graças ao voto (de qualidade?) do companheiro José Lello, tivesse tido outra conclusão, não se demitia?
Se sim, então demita-se na mesma. Agora por uma questão de princípio.
Estamos habituados a que os nossos Políticos em geral, e os Ministros, onde se inclui o Chefe, em particular, falem para os portugueses de forma displicente para não dizer enganosa.
E nem sequer estamos agora a falar de promessas eleitorais , isso então uma verdadeira vergonha. Havemos de voltar a esse assunto, pois se os Partidos ficassem vinculados às promessas feitas e existisse um Tribunal que punisse quem falta de forma escandalosa às mesmas talvez que alguma coisa mudasse no panorama político.
No caso concreto falamos do Imposto sobre as Mais Valias bolsistas, que o Governo vai aprovar com efeitos retroactivos a Janeiro. E sobre isto queremos perguntar:
1 - Será que é constitucional, acabando no caso de não ser por o Governo dar mais uma tremenda "barraca"?
2 - Será razoável que pessoas tidas como idóneas, como Teixeira dos Santos, que estamos convencidos na sua vida particular não serem capazes de o fazer, estarem disponiveis para com tranquilidade, e sem que aparentemente nada abale a sua consciência, dizer hoje que é madeira aquilo que ontem convictamente afirmavam ser vidro?
Afinal não foi este Ministro a afirmar na conferência de imprensa acerca da aprovação do PEC (há menos de um mês) que: "A medida prevista no PEC para tributação das mais valias bolsistas só será aplicada quando existirem sinais claros de estabilidade nos mercados financeiros" ? Tendo reforçado, categórico :"Não temos qualquer problema em iniciar a tributação das mais valias bolsistas, desde que haja um quadro financeiro relativamente estabilizado, e a serenidade e confiança necessárias voltem aos mercados. A partir daí, podemos começar a equacionar essa matéria", concluindo o Sr. Ministro que: "Ainda não é o momento para começar a tributar as mais valias".
Será que o Sr. Ministro tem a coragem de nos vir dizer que os mercados estabilizaram e que a serenidade e confiança voltaram? Se não, como é o caso, como é que uma medida com que genericamente se tem de estar de acordo face ao estado deplorável a que deixou chegar as nossas Finanças se pode transformar numa má decisão face às garantias dadas há menos de um mês. E ainda por cima com retroactivo.
Estamos habituados a tudo desde o célebre "jamais", mas começa a ser demais. Mesmo que argumente que foi por "ordem" da CEE como contrapartida da aceitação do tal PEC.
Será que um gestor competente, daqueles muito bem pagos, era capaz de tomar uma medida destas dando o dito por não dito no espaço de um mês? Estamos convencidos que não.
Por isso é que são disputados e bem pagos. Por serem competentes.