Afinal, sabe-se agora, a crise económica e financeira que o mundo em geral atravessa apresenta algumas vantagens que não são despiciendas.
Todos conhecemos muitos casos de crianças de seis, sete anos que jantavam às 10/onze horas da noite e faziam os chamados TPC (trabalhos de casa), literalmente a dormitar em cima dos livros ou dos cadernos, depois de dias que eram autenticas maratonas.
Depois de se levantarem em muitas situações antes das sete da manhã para serem transportados para a escola, pelos pais, familiares ou pelos transportes escolares, onde cumpriam o horário normal de escolaridade, iniciavam ao fim da tarde correrias incessantes destinadas a cumprir horários de disciplinas extra que não lembravam ao Diabo. Ginástica, ballet, judo, musica, artes plásticas e mais um infindável rol de actividades "didácticas" que lhes consumiam o resto da energia, torravam uma parte do orçamento familiar e não davam espaço para as suas indispensáveis, e saudáveis, brincadeiras.
Mas não havia nada a fazer. A Micas, a Mitó, o Paulinho o Afonso, e todos os outros betinhos da escola e da vizinhança andavam nessas andanças e portanto os nossos não podiam ficar trás se não deixavam de estar no grupo dos eleitos.
E aos fins de semana a actividade não era menor. A equitação, o ténis, o basquetebol ou a escolinha de futebol, sim porque o rapaz tem jeito, e pode ser um futuro Cristiano, também não davam descanso.
Os pais "ganharem" uma ou duas horas a brincarem com os filhos? Como se não havia tempo para nada
Afinal a crise veio colocar um travão nesta falta de bom senso, mascarada com " o que havemos de fazer? É um sacrifício, mas é para bem dos nossos filhos"
Costuma dizer-se que o homem põe mas as circunstâncias, ou a natureza segundo uns e Deus segundo outros, dispõem.
E os pais a quem o aperto do cinto obriga a restringir, e em alguns dos casos eliminar completamente, as actividades extra curriculares dos rebentos acabam descobrindo, actividades e brincadeiras com as quais nem sonhavam e que podem tornar as suas crianças, e eles próprios, mais felizes.
Estudos recentes nos EUA revelam que crianças que passam pelo menos uma hora por dia a brincar com os pais são menos sujeitas stress e mostram ser mais felizes.
Se realmente assim for, a crise sempre serviu para alguma coisa.
Post 392
Muito raramente nos referimos neste espaço a um acontecimento relacionado com a morte. Temos como princípio que é em vida que se deve elogiar e criticar aqueles que merecem o nosso tempo e espaço para o fazermos.
Nesses momentos penso deveria existir um sentimento de contenção, normalmente em relação "às qualidades morais e humanas" de quem parte, os quais se muitas vezes sentidos não raro fazem suspeitar de obrigação moral em relação a quem quando viva não mereceu, por aí além, o respeito merecido.
Se abrimos esta rara excepção é para falar de uma jovem a quem o talento deu quase tudo aquilo que a vida pode dar, e a solidão retirou o mais importante: A própria vida.
Mais uma vez, como quase sempre acontece nestas situações, os verdadeiros responsáveis, aqueles que se aproveitaram do seu dinheiro e da sua fama e a empurraram deliberadamente para um caminho sem regresso ficam impunes e prontos para partir, quais abutres, em busca de outra vítima.
"So Far Away" a sua canção favorita foi o"hino" de despedida no seu funeral, e desejamos seja, onde quer que se encontre, "a light that healed a broken heart", pois acreditamos como disse o seu Pai que ela está agora "num sítio melhor e mais feliz do que foi em vida".
É pena que alguém que podia ter sido uma farol de esperança e luta para uma juventude carente de valores e referências, tenha partido deixando no ar marcas que esmagam essa mesma juventude.
Verdadeiramente livre, esperamos empolgue agora aqueles que a rodeiam cantando-lhes "Love is a losing game", numa altura em que só poderá ter sorte.
A que lhe faltou enquanto esteve entre nós.
Post 377
Fachada da Igreja de Aldeia Gavinha Pormenor do altar
Estivemos recentemente em Aldeia Gavinha bonita terra do Concelho de Alenquer, berço natal da Actriz Palmira Bastos, onde se encontra instalada a sua Casa Museu, para assistir a uma dupla cerimónia religiosa: O baptizado de uma menina linda e simultaneamente o casamento católico dos seus Pais.
Pena que o senhor Pároco tenha das crianças uma visão de incómodo, que lhe podem dificultar uma cerimónia religiosa. Ao pedir "tirem daqui uma criança como esta que não me deixa concentrar", está a esquecer o que Mateus lhe ensinou.(E a todos nós).
Aconselhamos vivamente que faça uma releitura deste Evangelho. Para que a sua Igreja possa crescer.
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