Terça-feira, 14 de Junho de 2011

OS PILOTOS DA TAP

   Num Post aqui publicado em 12 de Março de 2010, dizíamos que os Pilotos da TAP são como as andorinhas, voltam sempre.

   Este ano já chegaram, comeram o trigo, que é como quem diz as reivindicações e bateram asa, até que uma nova janela de oportunidade surja para quem como eles, sendo uma das classes profissionais mais bem pagas deste País, com um conjunto de prebendas de fazer inveja ao Abade, estão sempre prontos para dar mais uma bicada.

   Quando não aproveitam um acaso fortuito caído do céu, tal como aconteceu agora, têm épocas próprias para voltar, que obedecem a um critério concreto: O de causar um prejuízo ainda maior do que aquele que já dão  habitualmente, isto é: Férias, Páscoa, Natal e Ano Novo.

   Desta vez a oportunidade foi-lhes dada pela Administração a qual para reduzir os custos pretendeu diminuir um elemento na tripulação. E que outra maneira haverá de reduzir custos, se aumentar a produtividade por aquelas bandas é coisa que não se pode nem sequer ouvir falar.

   E desta vez os argumentos eram de morte: “menos tripulantes com a mesma carga de trabalho significará que os passageiros poderão ver comprometido o atendimento e a segurança”, uma vez que “uma pessoa mais cansada tem mais dificuldades em responder da mesma forma a certo tipo de situações”.

   Mas afinal os passageiros podem estar descansados com a sua segurança, que ela está garantida. Umas promoções, mais umas horitas de descanso e uns acertos nos horários para que conjugados com a distribuição de folgas possam potenciar as férias, e acrescentando mais umas viagenzitas, quase de borla, para os amigos e as amigas, e pronto está tudo em ordem. Os "macacos" que compram o bilhetinho e os que suportam nos impostos os milhões de Euros de prejuízos que se lixem. Alguns destes nunca andaram de avião. Mas isso que importa, se é para o bem estar da maralha ?

   Como dizia um político durante a última campanha eleitoral: Siga para bingo.

   Será que é agora que finalmente eles vão ser privatizados?

   Esperemos bem que sim. 

 

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Estado de Alma: "Assegurado"
Livro: O Alibi Perfeito
publicado por Lanzas às 19:07

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Segunda-feira, 30 de Maio de 2011

OS PRAZOS DO ACORDO OU O ACORDO DOS PRAZOS

   Face à magnitude do Acordo assinado entre a Troika e o Governo, (um autêntico tsunami com capacidade de destruição do poder de compra das classes média e baixa idêntica ao verificado recentemente no Japão), e que recebeu o acordo dos outros dois partidos do chamado arco governativo, PSD e CDS, também nos parece que da antecipação dos prazos acertado entre o Governo e a Troika não virá  uma desgraça maior daquela que aí já vinha.

  Mas tem o significado politico importante de menosprezar quer os adversários políticos, quer os portugueses em geral. É que ao não ser transparente nas informações prestadas o Governo reincide no comportamento pouco ético que levou ao chumbo do Pec 4.

   Programa este reclamado de virtudes (eventualmente afrodisíacas) pelo PS e que levaria por si só à salvação de Portugal, bem como, por arrasto da Grécia e Irlanda, podendo estender-se o seu benefício ao resto da Europa e quiçá do Mundo. Há quem diga que Obama já estava de olho nele (Pec 4), afim de evitar a bancarrota dos Estados Unidos da América, tema que mais mês menos mês vai entrar na ordem do dia, e mais cedo  do que o comum dos mortais, provavelmente, julga.

   Digo eu que não percebo nada de economia. O que aliás é uma benção de Deus para poder sobreviver neste jardim "de Sócrates" plantado.

   Mas não parece correcto afirmar-se que as alterações entre a versão preliminar e a final do acordo que firma o resgate financeiro a Portugal são "acertos" que "não introduzem qualquer alteração" como a Comissão Europeia assegurou hoje, em Bruxelas, na sequência aliás do que havia dito José Sócrates. A questão é a seguinte: Se não era importante porque se alterou? Ou será que se alterou porque era importante e por isso não se quis dar conhecimento das alterações?

   Embora não tenha falado em devido tempo  o que devia, Teixeira dos Santos  falou agora e foi claro quando afirmou "Quem quer que ganhe as eleições e quem quer que venha a constituir Governo não vai ter tempo sequer para se sentar. Vai ter que, de imediato, pôr em execução o programa".

   Assim, a  antecipação verificada nos prazos não vai ter consequências nas decisões imediatas do próximo Administrador de Falências, também conhecido por Primeiro Ministro?

   Claro que vai, por muito que digam que não.

 

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Livro: Chão de Meninos
Estado de Alma: Antecipado
publicado por Lanzas às 18:17

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Sexta-feira, 27 de Maio de 2011

DE BONS ACORDOS ESTÁ O INFERNO CHEIO

   Estão prestes a terminar as tréguas que nos foram concedidas pela Troika que se apresta para governar Portugal.

   Com a entrega da primeira tranche do empréstimo (6.100 mil milhões de euros) por parte do FMI os quais nos asseguram o pagamento das "Promissórias" vincendas a 11 de Junho no valor de mais de 7.000 milhões de euros, Portugal está definitivamente comprometido com um bom Acordo, nas palavras do ainda PM José Sócrates.

   Os novos donos do País aguardam apenas que seja nomeado em 5 de Junho o Administrador de Falências para dar inicio à execução da penhora.

   Acreditamos que para o cidadão José Sócrates seja um bom acordo ou na pior das hipóteses um acordo neutro uma vez que não terá quaisquer implicações no nível da sua vida pessoal, pois sendo proprietário de pelo menos uma fracção num dos condomínios mais caros do centro de Lisboa; tendo dois filhos a estudar em dois dos colégios mais elitistas e caros de Lisboa, O Colégio Moderno e O Colégio Alemão; fazendo férias habitualmente no Hotel de luxo Sheraton Pine Cliffs, nos Olhos D'Água, em Albufeira, ou nas estancias de sky mais caras da Europa; e sendo cliente, com direito a identidade na montra, da loja "Bijan House" a mais caro do mundo que só atende por marcação e que  veste os homens mais poderosos do planeta, incluindo Presidentes, Reis e actores, os cortes verificados nos seus rendimentos e eventuais aumentos nos impostos a que estará sujeito não lhe irão provocar qualquer dano.

   Obviamente que não dispomos de elementos reais sobre a sua capacidade financeira pessoal, limitamo-nos a constatar o que é publico e notório e alardeado sem constrangimentos. Também é muito claro que se lhe reconhece todo o direito em usufruir o que é seu e procurar desfrutar para si e para os seus do que de melhor existe. É um direito legitimo e um objectivo que todos deveremos procurar alcançar pois tal desiderato estimula a criatividade, a competência e a capacidade de trabalho que por vezes está adormecida em nós.

   Mas para o Primeiro Ministro de Portugal o Acordo celebrado com a Troika não devia ser considerado um bom acordo. Poderá classificá-lo como um Acordo inevitável e o possível, mas daí  a classificá-lo como um bom acordo vai um mundo de distância.

   A distância que vai do cidadão José Sócrates para os Pais que tiveram de retirar os seus filhos dos colégios particulares onde estudavam e levou ao encerramento em 2010 de mais de 60 estabelecimentos privados e o número destes continue a aumentar em 2011. A distância que vai dele para as mais de 1500 famílias que só de Janeiro a Abril deste ano tiveram de entregar as suas casas ao Banco por não poderem satisfazer os compromissos assumidos, e o rol das comparações poderia continuar quase indefinidamente.

    E o mais grave é que segundo o último relatório do Banco de Portugal vai haver "uma contracção sem precedentes do rendimento disponível das famílias" e uma "recessão de magnitude elevada", com consequências brutais que se irão reflectir nos mais pobres e desfavorecidos que não vão andar nas Scuts, nem no TGV, nem utilizar o Novo Aeroporto de Lisboa, mas que os vão pagar.

   Senhor Primeiro Ministro, o senhor sabe o que é deixar de ter dinheiro para comprar leite ou pão para dar de comer aos filhos? Como não sabe não fale de um bom Acordo. Haja decoro.

 

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Estado de Alma: Esmagado
Livro: As Chuvas Vieram
publicado por Lanzas às 09:07

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Sábado, 21 de Maio de 2011

O PROLONGAMENTO (DO DEBATE)

    Como não temos a presunção de que Pedro Passos Coelho tenha lido o  Post que intitulamos "Receita para o Coelho" publicado no dia 18, onde expressamos algumas opiniões destinadas a ajudá-lo a  ganhar o debate ontem realizado com José Sócrates, somos levados a concluir que aquilo que escrevemos era demasiado óbvio e portanto já toda a gente sabia.

   Pertencemos ao numero daqueles que têm a convicção de que Passos Coelho ganhou o debate, mas à tangente, quando poderia ter goleado e terminado definitivamente com as expectativas que sobre ele recaem, se tem ou não as condições necessárias para passar à fase seguinte da competição.

   E mantemos a opinião de que precisava  ter ganho folgadamente o debate ontem realizado, para que tal venha a acontecer.

   Era sabido que José Sócrates mensageiro de um programa vago e sem correspondência com a realidade do que está no Acordo celebrado entre o Governo e a chamada Troika, não tendo nenhuma mensagem nova nem mobilizadora para apresentar aos portugueses, e depois de se ter deixado enredar nas "dúvidas" sobre a baixa "significativa" das contribuições das empresas para a segurança social, não porque tenha de estudar o assunto, não porque não saiba o que tem de ser feito, porque sabe, e se não sabe o FMI ensina-lhe, mas porque não quer assumir a realidade do que terá de fazer se ganhar as eleições, não tinha outra alternativa que não fosse atacar o PSD, "que apresentou um Programa concreto, com o qual se pode discordar, mas que é conciso, aponta soluções e metas e tem por base a situação real do País, que goste-se ou não, está plasmada no  Acordo acima referido", e por outro lado atacar pessoalmente Pedro Passos Coelho com um conjunto de "factos concretos" com o intuito de desacreditá-lo junto dos eleitores.

   Mas foi um Sócrates gasto, nervoso, repetitivo, sem chama, sabendo uma coisa que muito o pode desgostar (e se calhar até fazer vir uma lágrimazita ao olho, como é agora a sua nova moda) mas que é a pura e dura realidade: Se o Partido Socialista não ganhar estas eleições é a si, José Sócrates, que tal se deve. Não será a derrota politica de um partido, será a derrota pessoal de um político, que se julga iluminado, e a derrota da sua sombra política, o ainda Ministro Pedro Silva Pereira.

   Passos Coelho não tendo conseguido todos os objectivos, foi uma pena não ter lido o nosso Post,  ganhou o debate e demonstrou que José Sócrates apesar da sua proverbial capacidade para o monólogo, não é o "animal feroz" invencivel em debates que tanto tem sido propalado, bem longe disso, até porque em matéria de credebilidade política estamos falados, não precisa de adversários para perder, derrota-se a si próprio.

   É de lamentar que Pedro Passos Coelho tenha falhado o penalty decisivo da sua intervenção final ao não ter salientado claramente dois/três, dos muitos aspectos negativos da governação socialista, sobretudo nos últimos três anos, e que nos conduziram ao estado em que actualmente nos encontramos, para ter ganho folgadamente o debate.

   Assim vai a prolongamento. Esperamos que não acabe o jogo com uma vitória moral.

 

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Estado de Alma: Eleitor
Livro: Corre, Coelho
publicado por Lanzas às 15:27

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Domingo, 8 de Maio de 2011

PORTUGAL, SA

   Analisado o Acordo celebrado entre as Instituições Internacionais e o Governo Português, o qual obteve igualmente o acordo, ou pelo menos a sua aceitação, por parte dos outros dois partidos do chamado arco governamental, verifica-se que Portugal dispõe finalmente de um Programa de Governo para os próximos três anos com áreas de actuação perfeitamente identificadas, objectivos concretos definidos e com prazos precisos para a sua execução, ao contrário do que tem sucedido até agora com  os sucessivos Governos em que os Programas apresentados se limitavam a um arrazoado que ninguém lia, poucos conheciam, e só servia para ser utilizado como arma de arremesso à oposição, quando os Governos pretendiam impor alguma medida por mais estafurdia que fosse, utilizando o sacrossanto argumento: "Tal como consta no Programa do Governo".

  Ao contrário da paranóica NÃO APRESENTAÇÃO do Acordo por alguém que não se sente constragido em dizer hoje  exactamente o contrário do que disse ontem, trata-se um programa que vai sair da "pele" dos portugueses. Mas que neste caso, apesar de tudo, merece uma melhor aceitação por parte da generalidade do País pelo facto de fazer acreditar ser possível reverter a politica económica desastrosa que tem sido seguida, e que pode se bem explicado e melhor aplicado servir de base para uma mobilização geral para fazer face ao desastre anunciado.

   Porém, mais do que os conteúdos do Acordo, o que verdadeiramente nos deve preocupar é a sua aplicação concreta. Em termos estritamente profissionais não seria nada do outro mundo. Um bom Gestor de Empresas com este Acordo numa mão, um Manual Político de Instruções na outra, e uma remuneração atractiva, com um bom prémio por objectivos, dispondo de autonomia para escolher a sua equipa e evitar intromissões no seu trabalho que não fosse a obrigatoriedade da apresentação regular e calendarizada dos resultados obtidos para permitir a verificação da prossecução dos objectivos definidos, conseguiria esse desiderato com relativa facilidade.

   Por isso temos pugnado para que por uma vez, uma única vez, os Partidos responsáveis leia-se (PS e PSD, eventualmente com o CDS) se pusessem de acordo, antes das eleições, para a apresentação conjunta da Figura que viria a Chefiar o próximo Governo durante os próximos três anos, durante os quais executaria as medidas consignadas no Acordo já subscrito, bem como as que viessem a constar do Manual Político de Instruções emanado desses mesmos Partidos.

   Se isto for inconstitucional, e não me parece que o seja, então aplique-se o mesmo princípio definido pelo Governo quando dos cortes da remuneração dos funcionários públicos: "Há princípios que se sobrepõem, (à Constituição) nomeadamente o interesse público de assegurar a sustentabilidade das contas públicas."

   Aos Partidos caberia fazer aprovar as Leis emanadas desse Governo as quais permitiriam a concretização dos objectivos traçados; fazer a pedagogia democrática junto da população; reciclar os seus Dirigentes e prepará-los para os desafios aliciantes que a partir de 2014 poderiam protagonizar, depois uma escolha democrática por parte dos eleitores.

   Pode dizer-se que estou a sonhar. É capaz de ser verdade... mas atenção ao poema de António Gedeão :

                                                                                                               

                              Eles não sabem, nem sonham,
                              Que o sonho comanda a vida,
                              Que sempre que o homem sonha 
                              O mundo pula e avança
                              Como bola colorida
                              Entre as mãos de uma criança.

 

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Estado de Alma: A Sonhar
Livro: Audácia da Esperança
publicado por Lanzas às 15:57

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Quinta-feira, 5 de Maio de 2011

TEIXEIRA DOS SANTOS - UM HOMEM SÓ

   Ao longo do tempo temos escrito algumas vezes sobre Fernando Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças nos Governos Sócrates, normalmente para contestar a política económica de que tem sido o rosto, mas sempre ressalvando as suas qualidades pessoais e profissionais.

   Basta ler o seu curriculum para se perceber que se trata de um homem que ao longo da vida foi associando especialização à sua actividade, foi consolidando competências e juntando experiência ao saber.

   É por isso um mistério digno de um "case study" o porquê de se ter deixado colonizar por um Primeiro ministro que manifestamente não o estima, e que se tem aproveitado, quando lhe convém, do seu saber e prestigio.

   Um dia hão-de ser conhecidas as razões que conduziram a tal submissão e que estiveram na base de um comportamento no mínimo estranho, pois para espanto de muitos, decisões absolutamente irracionais e eleitoralistas,  de José Sócrates e do Partido Socialista, como a descida do IVA e o inacreditável aumento dos funcionários públicos em 2009 não tiveram da sua parte uma recusa frontal ou, em alternativa, a sua demissão o que à partida não se coaduna com aquilo que é conhecido acerca da sua frontalidade ou desapego ao poder político de que manifestamente não precisa, pois é detentor de uma carreia académica e profissional sólida e inquestionável, mas que não evitaram o seu afastamento das listas para deputados à futura Assembleia da Republica, um triste episódio escondido atrás de uma história manifestamente mal contada.

   A grosseria de Vieira da Silva, coordenador do processo de elaboração das listas PS acerca do seu afastamento: "... em relação ao actual ministro de Estado e das Finanças,  não se colocou a questão de Teixeira dos Santos ser convidado para integrar as listas ...", não é mais do que a vingança, servida fria, do aparelho partidário aos intrusos  que ousam ocupar the jobs que na sua óptica são exclusivamente "for the boys".

 É uma atitude indigna por parte do partido que nunca o tendo acolhido verdadeiramente dele se utilizou quando precisou da sua imagem para tentar caucionar e credibilizar políticas partidárias incongruentes. 

  A sua patética presença ao lado de José Sócrates na NÃO COMUNICAÇÃO que este fez ao País sobre o Acordo com a troika é a todos os títulos lastimável, e as suas respostas de circunstância às questões hoje colocadas pelos jornalistas sobre o seu papel nestas negociações: "tenho a sensação de dever cumprido", bem como sobre o estado da sua relação institucional com José Sócrates: "fui encarregado pelo primeiro-ministro de conduzir as negociações com a troika, e com certeza que não as conduzia à revelia do senhor primeiro-ministro", são a parte visível dum iceberg imenso de divergências. 

   O que aconteceria neste País se este homem, Fernando Teixeira dos Santos falasse hoje, acerca do que verdadeiramente se passou nos últimos seis anos? Não sabemos.

  Mas sabemos que o deveria fazer para evitar futuros desmandos.

  E então teria resgatado a sua dignidade política.

Livro: O Que Diz Molero
Estado de Alma: De todas as cores
publicado por Lanzas às 12:01

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Quarta-feira, 4 de Maio de 2011

FMI - A NÃO NOTÍCIA

   Foi absolutamente deprimente o que se passou ontem no panorama televisivo português. A partir de uma NÃO notícia a qual foi cuidadosamente encenada por José Sócrates, com o inenarrável Ministro das Finanças Teixeira do Santos a seu lado, fazendo o papel do maestro José de Melo no programa televisivo o "Museu do Cinema" apresentado nos anos 50 a 70 por António Lopes Ribeiro, que entre outros pontos de interesse incluía a forma brejeira, que foi glosada pelo País inteiro, como este se dirigia ao maestro: "Melo diz boa note ao senhores telespectadores"; todos os canais televisivos se desdobraram na apresentação de comentadores, mesas quase redondas e outros formatos para comentar o que não sabiam, pois José Sócrates limitara-se a dizer cinco coisas que não viriam no Acordo e aproveitou para mais um ataque "a todos aqueles que ...", o que em linguagem "socratiana" quer dizer todos os que não pensam como ele.

   É sabido que José Sócrates deve a sobrevivência política à sua capacidade de reescrever os acontecimentos. Partindo de um qualquer facto, reescreve-o e a partir daí parte para um combate feroz, como se aquela tivesse sido a realidade, comprometendo os adversários, obrigando-os a sucessivos desmentidos, normalmente sem grande êxito, e cerceando-lhes a sua capacidade para desenvolver os seus verdadeiros pontos de vista. Até agora tem resultado.

   Aliás esta forma de estar na política como Primeiro ministro teve o seu inicio logo no seu primeiro mandato, quando partindo de um défice pura e simplesmente não existente criado e inflacionado com a ajuda do seu "compagnon de route" Vítor Constâncio, a quem "pagou" essa inestimável ajuda com uma colaboração activa na sua nomeação para a Vice-Presidência do BCE, criou as condições para o aumento dos impostos, nomeadamente do IVA, quando a sua campanha eleitoral tinha sido feita à base da promessa do não aumento dos impostos. A promessa de diminuição de desempregados, o cheque bebé, e outras promessas similares são apenas detalhes de uma forma questionável de fazer política.

   Uma pessoa que assume perante todos os portugueses, na televisão, na imprensa escrita, no partido, que: "Não estou disponível para governar com o FMI", entidade com quem menos de um mês depois celebra um acordo, e é candidato a Primeiro ministro para o executar, não reune as qualidades mínimas  para ser Primeiro ministro de Portugal.

   Se voltar a ser, não nos queixemos. Limitemo-nos a pagar os seus delvaneios e boca calada.

Estado de Alma: Arreganhado
Livro: A Contradição Humana
publicado por Lanzas às 10:45

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Terça-feira, 3 de Maio de 2011

SAUDADES DO PEC 4

 

 

{#emotions_dlg.chat}Post 314 (Os Manos XXXI)

Estado de Alma: Com saudade ... vai-te embora
publicado por Lanzas às 15:30

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Domingo, 1 de Maio de 2011

AS ELEIÇÕES DE 5 DE JUNHO

   Temos a opinião, contrária ao que temos visto expresso por outros analistas, que as próximas eleições para a Assembleia da Republica a disputar no próximo dia 5 de Junho não  têm um carácter decisivo para Portugal. Nem sequer importante.

   A cartilha que vai ser executada em todos os domínios da governação do País por imposição dos novos poderes instalados em Portugal, FMI/UE/BCE, tornam irrelevante saber quem vai ser o próximo Primeiro ministro, sendo fácil acreditar  que  quem exercer o cargo nesse período vai ter uma nódoa no seu curriculum, e não um facto relevante de que se possa vir a orgulhar. 

   Por outro lado o cenário de empate técnico que se está a desenhar nas sondagens que têm sido publicadas e que parece realmente ser o resultado mais provável, mostra quanto para os portugueses é indiferente saber quem sairá vencedor, pois que inevitavelmente este vai ter que encontrar soluções de compromisso com alguns dos restantes partidos, por forma a poder cumprir as directrizes da Troika, e só nessa área dos acordos entre partidos pode surgir alguma surpresa de última hora, e isto porque para os dois principais partidos, PS e PSD,  as consequências de uma vitória ou derrota eleitoral não terão  exactamente o mesmo impacto.

   Se o PS for derrotado as consequências globais para este partido não serão significativas. Poderá mais tarde ou mais cedo haver a natural renovação de Secretário Geral, sendo porventura substituído por um político menos agressivo e com uma maior capacidade de abrangência no espectro politico nacional, o que tem sido uma das manifestas falhas do partido, pese as últimas tentativas de minimização de Sócrates com o discurso pouco credível de "há muito tempo que ando a falar em convergência, mas ninguém me ouve", e pouco mais.

   Já no PSD, na nossa óptica, uma derrota será devastadora. Com efeito o partido e o seu Presidente Pedro Passos Coelho, partiram para estas eleições de uma posição absolutamente invejável com a previsão de uma vitória folgada, e mesmo de provavel maioria absoluta, mas têm vindo  paulatinamente a desbaratar essa enorme vantagem.

   Começou a desenhar-se essa perda de vantagem com o afastamento voluntário, ou imposto, de pessoas que tendo sido referenciais do partido em determinados momentos, poderiam agora acrescentar credibilidade à renovação necessária. E este facto fez passar para a opinião pública a impressão, eventualmente incorrecta, que o partido não estava pronto para governar, pois as fragilidades de Pedro Passos Coelho, pese as sua qualidades, não estão devidamente enquadradas pela experiência e competência de antigos lideres ou outros altos responsáveis partidários, que ajudariam a mesclar a renovação e a torná-la credível.

   Por outro lado algumas escolhas de candidatos, estamos a referir-nos concretamente a Fernando Nobre, foram apresentadas de forma absolutamente destrambelhada, que colaram ao candidato e ao partido a chancela de oportunismo político, e que as posteriores declarações deste não ajudaram a dissipar, bem pelo contrário. Aquela de afirmar, "com franqueza", que nem sequer lera o programa eleitoral do partido é de cabo de esquadra.

   E a afirmação de Marques Mendes a este respeito "È fraude, é uma burla", foi mortífera.

   E por falar em declarações, as proferidas por Passos Coelho de que "Sócrates se limitou a informá-lo do PEC4 na véspera e por telefone", para três semanas depois revelar que afinal "o telefonema servira para marcar o encontro durante o qual tomou conhecimento do mesmo", arruinou de vez a sua credibilidade política, tornando-o com isso um político igual aos outros, leia-se Sócrates, objectivo que este há muito perseguia para descrebilizar Passos Coelho, e que serve agora de pretexto para ataques durante a campanha eleitoral. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.

   A verificar-se pois uma derrota do PSD, sobretudo se esta for de alguma forma significativa, os  militantes e partidários não deixarão de apresentar a factura de tal facto ao partido com consequências imprevisíveis, pois vai por certo assistir-se à "refundação" de um novo PSD. 

   De notar que Pedro Santana Lopes continua a andar por aí, de braço dado com Durão Barroso, e pode conseguir, ele ou outro, criar um partido com sucesso, onde caibam várias correntes, num confronto de ideias permanente, mas que na hora de disputar eleições se saiba unir em torno de um Chefe e de uma identidade própria, que não tenha complexos nem dúvidas em apontar aos portugueses, sempre sem mentiras, os caminhos a percorrer, por mais difíceis que estes sejam.

   Então o quadro partidário do País pode vir a sofrer significativas alterações.

   Temos de esperar para ver. 

 

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Livro: O Sucesso Não Acontece por Acaso
Estado de Alma: A Votar
publicado por Lanzas às 16:50

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Quarta-feira, 27 de Abril de 2011

LE POISSON D' AVRIL (E A CÂMARA MUNICIPAL DE MATOSINHOS)

   Segundo relato do Jornal O Público, o executivo da Câmara de Matosinhos aprovou ontem, em reunião privada, a compra dos estádios do Leça e do Leixões, dois clubes de futebol profissional do concelho em sérias dificuldades económicas, tal como a Câmara, por cerca de 6,3 milhões de euros,

 A Câmara de Matosinhos, cujo passivo no final do ano passado ascendia a 184,3 milhões de euros, irá comprar o estádio do Leça por 1.380.000 euros, em 60 prestações mensais (cinco anos) até ao montante máximo de 27.500 euros cada, enquanto o estádio do Mar será pago ao Leixões e custará à Câmara 4.980.000 euros, sendo que quando da outorga da escritura pública, o clube receberá 750 mil euros mais 30 mil euros respitantes às acções que o município possui na SAD leixonense, Sociedade esta que a autarquia abandona, e a que se seguem 120 prestações (10 anos) de 35 mil euros.

  Na mesma reunião privada do executivo foram  aprovadas as contas municipais de 2010. O documento comprova que o passivo da autarquia, sobretudo devido à dívida de curto prazo aumentou 9,7 milhões de euros face a 2009. 

   Detalhes.

   Só pode pois ser uma mentira do primeiro de Abril, publicada com atraso, para o pessoal rir, ou então trata-se de uma manobra de dibersão para testar os nervos de aço dos homens do FMI.

   Digo eu que sou alentejano e não sei nada de contas.

   Também há quem fale de promiscuidade entre o Futebol e o Poder Político. Más línguas por certo.

 

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Livro: As Histórias Daqui e Dali
Estado de Alma: A rir às gargalhadas
publicado por Lanzas às 16:20

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EM DESACORDO

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