O Ministro Miguel Relvas, é manifestamente o elo mais fraco deste Governo, que vai levando, pela arreata, o Povo Português à exaustão.
Parte por culpa dele, que deveria ter tido a humildade de reconhecer que não está talhado para as tarefas ciclópicas que lhe foram atribuídas, e uma grande parte de quem lhe atribuiu esse conjunto de funções, que em circunstâncias normais, seriam difíceis de executar por uma só pessoa, e que nas actuais, se revelaram impossíveis de conseguir.
Com efeito reunir numa só pessoa aquilo que o Ex-Primeiro Ministro fez com dois dos seus principais Adjuntos, Pedro Silva Pereira, como ideólogo, e cardeal, e Santos Silva como policia e malhador, ultrapassa a razoabilidade.
Convenhamos que igualar a soma destas duas forças, só era possível se o homem fosse um génio. E não é. Manifestamente não é.
Apesar de gostar de malhar, neste caso na esquerda, como o anterior policia gostava de malhar na direita, falta-lhe a sua malícia, e apesar de ter possibilidade de influenciar as decisões do Príncipe, falta-lhe o talento.
Mas tudo isto seriam detalhes se não se tivesse deixado enredar num filme série B, já visto muitas vezes, com uma redactora do Jornal Público.
Os governantes têm em geral, uma conduta pouco ortodoxa com os jornalistas, convictos que estão de serem capazes de os manipular. Puro engano. Hoje os políticos são os usados, e são os jornalistas quem os colocam a jeito, para depois os ridicularizar.
Em que País democrático se veria na televisão um Presidente da Republica a falar com a boca cheia de bolo rei? Na Venezuela? Na Russia? Em Angola? Na Coreia do Norte?
Hoje quando os políticos dão uma dica, quando oferecem uma noticia em primeira mão, ou quando procuram uma vantagem editorial, estão a pôr-se a jeito para situações como aquela em que Miguel Relvas se viu envolvido. Deviam saber isso.
Temos escrito que o actual Governo não tem sabido explicar aos portugueses nem a dimensão da crise, nem as medidas aplicadas e muito menos as consequências da não aplicação dessas mesmas medidas ou outras similares, mas essas explicações não deveriam ser dadas à porta do café, passe o exagero, como se pode observar em qualquer telejornal.
Não é à saída de um qualquer evento, e quando convém, que se atiram umas atoardas para o ar, para justificar qualquer coisa, mas quando não convém refugiarem-se num "não é o lugar próprio".
Não é quando não convém, o Primeiro Ministro afirmar que não comenta no estrangeiro a politica nacional, mas quando lhe convém fazer declarações públicas, com o Primeiro Ministro do País anfitrião ao lado, durante uma qualquer visita oficial. É feio.
E a falta de coerência paga-se caro.
A falta de coerência de Miguel Relvas é barata. É só demitir-se.
Post 482
... SE ENGANAM OS TOLOS! (Ditado Popular)
Passado um período de reflexão sobre o sucedido, e analisadas quase todas as opiniões que têm sido emitidas, somos levados a concluir que a marca Pingo Doce conseguiu, provavelmente, a mais bem sucedida campanha, na história da publicidade em Portugal.
Não sendo inovadora, transformou-se rapidamente num case study por várias razões: O factor surpresa, a escolha da data, o valor económico imediato da promoção para quem se dispôs a fazer compras, e a dificil situação vque o País atravessa, que predispõe as pessoas para a poupança, conforme é aliás a palavra de ordem constantemente lançada para a praça pública, por todos os responsáveis políticos, e não só.
Questões ideológicas, sociológicas e inclusive as reinvindicações dos trabalhadores à parte, a verdade é que se o objectivo final da campanha era que se falasse, de borla, durante muito tempo da marca envolvida, o objectivo foi plenamente conseguido.
Ainda a procissão vai no adro, e já todo o mundo falou sobre o assunto, mesmo aqueles que vão dizendo não querer falar.
Analise-se pois o assunto exclusivamente pela óptica custo/beneficío de uma campanha publicitária. Quanto custa uma página de publicidade num Jornal como o Expresso? É variavel, conforme a cara do anunciante, mas todos temos a convicção que é bastante elevada.
Então vejamos a poupança. No numero de ontem, e depois de um vista de olhos en passant, temos:
Primeira página em destaque "Assunção Cristas e o Pingo Doce". Página 2 - Cartoon de António "Amargo Doce". Página 3 - Outra vez Cristas e o Pingo Doce. Páginas 4/5 - Integralmente preenchidas com relatos diversos do acontecido. Página 6 - "Pé de Página" de João Garcia. Página 7 - " O Bodo aos Pobres," artigo de Miguel Sousa Tavares. Última Página - "Lições do Pingo Doce" por Henrique Monteiro. No Caderno de Economia: Página 2 - Cartoon de Rodrigo de Matos. Página 31 - Dois artigos sobre o assunto, um de João Duque, outro de João Vieira Pereira.
Para além da notoriedade de quem já falou, cujos nomes acima referidos são apenas um exemplo, hoje em directo, durante pelo menos cinco minutos, Marcelo Rebelo de Sousa vai falar sobre o assunto para mais de um milhão de espectadores.
Se somarmos a isto as horas de exposição televisiva com sucessivas aberturas de telejornais e reportagens, algumas em directo, os comentários do Presidente da Republica, as horas de debate na Assembleia da Republica, o que foi escrito, e está para ser, em jornais e revistas sobre o assunto, temos de convir que em termos publicitários foi um sucesso. UM ENORME SUCESSO.
E não importa a forma como o assunto foi tratado, pois em publicidade, como em muitas outras coisas, o importante para quem disso beneficia é que se fale.
Bem ou mal é um detalhe.
Post 477
A chamada Iniciativa Privada, também conhecida por Patronato, (embora os mais radicais costumem utilizar nomes que são por aqui considerados menos adequados) sempre gostou de viver debaixo do guarda chuva do Estado para se proteger de trovoadas, dispensando tão incómodo acessório sempre que o sol brilha e os lucros são fáceis.
É uma característica genética que atravessa a Classe desde o tempo das Descobertas, que o chamado Estado Novo aprimorou e que os tempos revolucionários não alteraram.
Pode em cada momento ter mudado de actores, mas a peça foi sempre a mesma.
É dentro deste padrão de comportamento que se insere a assunção por parte do Estado do "Europarque" situado em Santa Maria da Feira, face à execução por parte dos Bancos do aval que concedeu à Associação Empresarial Portuguesa (AEP) para a construção do mesmo, o que representa o pagamento a esses Bancos credores de qualquer coisa como 35 milhões de Euros, que a generalidade dos portugueses que ainda pagam impostos vai ter de pagar, uma vez que nenhum dos mentores ou gestores de "alto gabarito" que por lá passaram têm agora alguma coisa a ver com aquilo.
O que prometia ser um projecto âncora (com certeza devido ao facto de estar ancorado na especulação imobiliária, como todo o bom projecto português que se preze, ou prezasse) "destinado a contribuir para a internacionalização do País" transformou-se com o tempo num projecto anzol que serviu para o Estado pescar mais um peixe elefante para colorir a caldeirada que são as contas deste País de tão maus costumes, o qual na verdade de bom só tem o que a natureza lhe deu: O Mar e o Sol.
O resto é paisagem.
Post 415
... UMAS BOAS OUTRAS NÃO!
No último fim de semana assistimos a uma situação que deixa estupefacto o observador comum e revela o que é a influência (NEGATIVA) das grandes superfícies comerciais na vida das pessoas.
Alertados por SMS enviados na véspera, milhares de portugueses ficaram a saber que uma determinada superfície comercial procederia a partir do sábado seguinte a uma campanha de venda de brinquedos com direito a 50% de desconto em cartão.
Por curiosidade deslocamo-nos pelas 9,30h de sábado a um desses locais de venda para observar. E o que vimos? Centenas de pessoas acotovelavam-se para chegar aos bonecos mais conhecidos ou mais apelativos. Os carros de supermercado, cheios, chocavam uns com os outros e impediam as pessoas de circularem na zona.
Havia gente de lista em punho a "dar baixa" das compras efectuadas, e algumas ao telemóvel indagavam se o interlocutor achava por bem que comprasse o brinquedo X ou Z. Uma loucura.
Nada a censurar. Vivemos num País livre em que um comerciante tem uma determinada quantidade de mercadoria para vender e promove a sua venda oferecendo um tentador desconto. Normal portanto.
Porém existe um pormenor. É que as pessoas fazem contas a que gastam x em brinquedos, mas na realidade PAGAM o dobro. Claro que utilizarão o valor do desconto em compras futuras, mas sabe-se que existe uma maior permissividade para compras desnecessárias nessas compras futuras porque na altura já não envolvem o dispêndio de dinheiro.
Claro que os técnicos de marketing sabem disso, e exploram o facto.
Ora perante a situação em que vive a maioria da população portuguesa, campanhas que apelam ao consumismo e á compra por impulso não deveriam ser evitadas ou, pelo menos, não publicitadas?
Julgamos que sim. E no mínimo deveriam ser obrigados a fazer como na publicidade sobre bebidas alcoólicas, afixando cartazes:
COMPRE COM MODERAÇÃO ou
PENSE DUAS (OU TRÊS) VEZES ANTES DE COMPRAR.
Muita gente ficaria agradecida. Mesmo sem saber.
Post 414
Conhecemos um antigo Presidente de Câmara, velho Dinossauro do Poder Autárquico, cuja primeira preocupação quando analisava a viabilidade de uma proposta de loteamento urbano era verificar, nas plantas de síntese do mesmo, se os locais destinados aos caixotes para recolha do lixo doméstico, estavam devidamente implantados.
Dizia o Senhor que todos os moradores reclamavam a existência de caixotes para a dita recolha de lixo, e em profusão, mas ninguém os queria nos muros das suas moradias. Daí a sua exigência de que ficassem previamente identificados os locais de colocação dos mesmos, o que com a aprovação do loteamento se tornavam irreversíveis, não dando assim lugar a quaisquer futuras disputas quanto à sua localização.
Algo parecido, aliás, com o que se verificou quando da aprovação dos locais para a queima dos resíduos industriais perigosos nas cimenteiras. Todos, ou quase, estávamos conscientes de que era necessária a sua implementação, mas desde que não fosse na localidade onde habitávamos.
Vieram-me estas recordações à memória, a propósito da entrevista de Salvador Guedes, vice-presidente da Sogrape, SGPS ao jornal Expresso da semana passada, quando afirmava que "agravar o IVA no vinho seria dramático" na senda aliás da entrevista de José Manuel Esteves, secretário-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), que considera que acabar com a taxa intermédia do IVA na restauração, não só é “uma barbárie absolutamente impensável”, como teria consequências negativas para a economia e ameaça, caso tal aconteça, apoiar o consumo de produtos importados pelas empresas portuguesas.
Cá esta. Aumentos ? Sim, se forem necessários, mas não no nosso Sector.
E, conhecedor da matéria, José Manuel Esteves ainda vai mais longe quando afirma que qualquer aumento de impostos vai redundar na diminuição da receita, pois "vai significar um convite à fuga ao fisco à economia paralela”.
Ora é aí mesmo que deve ser apontado o dedo à chaga que afecta todos os portugueses que pagam impostos e à economia do País em geral. Sendo certo que a restauração não é caso único, longe disso, é pertinente colocar a seguinte questão: Qual a percentagem de estabelecimentos hoteleiros, cafés, restaurantes, bares, tascas, snacks e similares que pagam IRC?
Avanço um número que deverá pecar por excesso 20% (Vinte por cento).
Deveria ser pois, a par com a instituição de uma carga fiscal mais equilibrada, diminuindo o numero de escalões do IRS e aumentando o valor mínimo sujeito ao mesmo, por exemplo, o grande combate político de um Governo com coragem.
Estamos convictos que resultados concretos na eliminação ou substancial diminuição da economia paralela (estimada, por baixo, em 30 a 40%% do PIB) seria a alavanca suficiente para uma melhor redistribuição dos impostos devidos por quem efectivamente os paga.
Senão voltamos sempre ao início da questão. Os trabalhadores por conta de outrem, os Funcionários Públicos, a "malta" dos recibos verdes, estão sempre na primeira linha dos que pagam a crise. Para eles não há economia paralela, e porque não são nem investidores da Bolsa, nem de Depósitos a Prazo ou similares, estão mesmo à mão de semear, e não podem fugir. É garantido e ainda adiantam algum ao Estado que mais tarde devolverá sem juros.
Até lá os "Chicos Espertos", ao sol das Bahamas, fazem a pergunta cuja resposta vale um milhão: Mas porque será que em Portugal ainda existem "palonços" que pagam impostos?
E não é que no estado a que o Estado chegou eles têm razão.
Post 379
O Subdirector do Jornal Expresso Nicolau dos Santos, que assina igualmente a Página de Economia "Cem por Cento" é useiro e vezeiro na forma desprimorosa como se refere aos Contabilistas, como se estes fossem gente de Segunda (ou mesmo de Terceira) os quais quando, por obra do espírito santo, atingem algum lugar de destaque nas hierarquias são a causa de todas as asneiras praticadas e de todos os males acontecidos no mundo.
Ora a classe dos Contabilistas que se encontra agrupada na respectiva Ordem, para aceder à qual tem de percorrer um árduo caminho, e que para lá se manter está sujeita a um apertado Regulamento de Controlo e Qualidade, com uma Formação contínua exigente, sem paralelo nas outras Ordens, obviamente não se pode rever nesta forma desagradavel (isto para ser simpático) como um jornalista por muito conceituado que seja se expressa num jornal de referência e de maior circulação em Portugal.
Eis alguns exemplos concretos: No Jornal Expresso de 12 de Junho de 2010 o Jornalista Nicolau Santos num artigo intitulado "A estúpida decisão da Europa", escreve a dado passo: " Ora a sr. Merkel já demonstrou que é sobretudo uma contabilista - e uma má contabilista. Adiou até ao limite a aprovação de um pacote europeu de ajuda à Grécia para ganhar as eleições na Renânia-Vestfália - e perdeu-as. Agora, resolve cortar drasticamente no orçamento alemão, quando o seu país não está sob ataque dos mercados ...".
O que faz pois Nicolau dos Santos? Associa uma decisão estúpida da Europa (na sua respeitavel opinião) a uma contabilista, embora condescendendo que se trata de uma má contabilista. Do mal o menos.
No Expresso de 16 de Abril do corrente ano é um pouco mais brando limitando-se a sugerir que se deve "mostrar aos contabilistas (só a estes) que nos enviaram que aqui (em Portugal) há bastante mais vida do que défices e dívidas descontroladas, enquanto no mesmo Jornal agora de 22 de Abril, esclarece-nos da sua cátedra que "A Europa não aprende (porque) os contabilistas que governam a Europa caracterizam-se por colocar os seus interesses à frente da construção europeia". Estamos portanto a falar de gente interesseira, os contabilistas, porque todos os outros estão imunes a esses desvios de formação e de carácter.
Parece pois que esta fixação de Nicolau dos Santos na forma como se refere aos Contabilistas, pessoas competentes, dignas e respeitáveis com as excepções naturais que existem em todas as profissões, nomeadamente na classe dos Jornalistas e dos Economistas, revela uma certa dose de paranóia.
Como aparte final convém lembrar que os Contabilistas sob a égide da sua Ordem são fundamentais para fazerem frente a uma constante avalanche de exigências que são colocadas pela Administração Fiscal a todos os contribuintes, de forma a que estes possam cumprir com regularidade e transparência as suas obrigações fiscais.
Não só por isso, mas também por isso, mereciam mais respeito.
Post 308
Acompanhamos à distância Paulo Futre desde os seus primórdios quando ainda "puto" demonstrava a sua habilidade inata para a prática do desporto onde se veio a notabilizar, nos torneios de Futebol de Cinco realizados no ringue do Clube de Campismo do Concelho de Almada.
Recordamos com carinho o saudoso companheiro Orlando (é só até à vista, irmão) que quando arbitrava os jogos onde o irreverente Paulo Futre participava, invariavelmente o punha na rua por períodos de 2 e 5 minutos sucessivos. "O puto tem que aprender", dizia pedagógico para a assistência que protestava, pois o que a "malta" queria era ver as habilidades daquele a quem todos auguravam já um trajecto de sucesso.
Vêm à memória as almoçaradas com João Paulo, o Pai, na roulotte do Julio com outros companheiros. As partidas de cartas à Sueca ou ao King que fizeram história, e são a base de histórias que ainda hoje se contam
Recordamos, igualmente, a sua partida para o primeiro treino do Sporting, perante a tristeza daqueles que queriam que primeiro fosse treinar aos vizinhos da 2ª. Circular.
O resto é a história conhecida que portanto não necessita ser contada, e se vou buscar estas memórias à arca do tempo é por causa do episódio do Chinês que Paulo Futre protagonizou quando das recentes eleições presidenciais no Sporting.
Poderia ser um episódio engraçado, e até demonstrar a irreverência e a capacidade inata dos latinos, e dos portugueses em particular, para o desenrascanço, mas daí a ser utilizada como um "golpe de génio" vai uma distância do tamanho do mundo que o Sporting não merecia.
É verdadeiramente "Um esboço da alma `Tuga´" , a qual foi tão bem retratada por Fernando Madrinha num artigo publicado no Expresso de Junho de 2002, justamente com este título, e do qual respigamos apenas esta passagem: " ... É aí que mais facilmente encontramos o "tuga" perfeito, impostor e fanfarrão, demagogo e malandreco, seja a jogar à bola ou ao sucesso dos seus negócios, com um pé na direcção do clube ou de qualquer organismo associativo e outro na política ou na construção civil ... "
O "boneco" assenta que nem uma luva e até parece que tinha destinatário. Senão vejamos esta pérola retirada de uma recente entrevista de Paulo Futre:
" ... Tenho uma empresa de consultadoria. Faço de tudo. Sou consultor de tudo, desde energia a construção, etc. e também na parte desportiva..."
É elucidativa e serve para recordar a vantagem de um pequeno almoço com um candidato a Primeiro ministro na véspera das eleições. Ou então um digestivo com Licor Beirão, com aquele que as perder.
Post 302