Os Historiadores contra o fim dos feriados;
Os Sindicatos contra o aumento de meia hora de trabalho diário;
Os Utentes contra os aumentos das taxas moderadoras;
Os Automobilistas contras a introdução de portagens nas SCUT´s
Os Estiudantes contra os cortes no ensino superior;
Os Professores contra os estatutos;
Os Funcionários Públicos contra os cortes nos Subsídios de Férias e
de Natal:
Os Restaurantes contra o aumento do IVA na restauração;
Os Pensionistas contra os cortes nas Pensões;
Os Militares, Os Policias e a GNR contra a falta de verbas;
O Marinho Pinto contra a Ministra da Justiça;
O Alberto João Jardim contra os "cubanos";
O Carlos César contra o corte das tolerâncias de ponto ... e contra
outros cortes;
O Lobo Mau (leia-se troika) contra este Governo (Porque se não foi este
foi o outro que duplicou a dívida *
e Eu contra o SAPOBLOGS porque nunca mais olha para o Lanzas com
olhos de ver !
* Pudera não era para pagar, era só para gerir.
Post 438
Clara Ferreira Alves (CFA) na sua habitual crónica "Pluma Caprichosa" publicada na Revista Única, resolveu na última semana esmagar a "canalha" com um texto de arromba, em que o subtítulo "Eu sei que a cultura já não é o que era, deixamos que um bando de cretinos mandem em nós" dizia tudo sobre ao que íamos, aqueles que como eu são leitores incondicionais dos seus textos, mas nem sempre são tão incondicionais quanto a concordar com o que escreve.
Apesar de fazer parte do povo da net, como Miguel Sousa Tavares classificou todos aqueles que para poderem exprimir uma opinião e por falta de mérito não conseguem acesso a outros meios de comunicação e logicamente têm de se contentar com o que há, povo esse que CFA também não aprecia particularmente, e julgo que terá razões de queixa para isso, não posso deixar de tecer um comentário sobre a forma e o tom do referido artigo.
Escrito utilizando abundantemente a primeira pessoa do plural, para fazer realçar a primeira pessoa do singular, colocando-a modestamente, digo eu, em evidência, CFA numa linguagem prolixa nomeia em 105 linhas de texto, e pela ordem em que aparecem no mesmo, as seguintes personalidades:
Woody Allen, Bergman, Tolstoi, Dostoievski, Stendhal, Flaubert, Alexandre Dumas, Becky Thatcher, Tom Sawyer, Huckleberry Finn, Mark Twain, Melville, Chopin, Mozart,Beethoven, Mahler, Cole Porter, Irving Berlin, John Ford, Howard Hawks, Nietzsche, Schopenhauer, Mao, Steinbeck, Caldwell, Hobbes, Burke, Baldwin, Steinem, Ophuls (filho e pai), Goethe, Weimar, Hitler, Goebbels, Walter Benjamim, Schiller, Lord Byron, Bernard Henty-Lévy, Sade, Casanova, Rimbaud, Verlaine, Baudelaire, Eliot, Pound, Joyce, Amis pai, Conrad, Beckett, Pinter, Virginia Woolf, Hemingway, Simone Signoret,, Duras, Scott Fitzgerald, Kubrick, Fassbinder, Cézane, Gauguin, Van Gogh, Monet, Henry James, Sartre, Camus, Kafka, Musil, Thomas Mann, Milan Kundera, Rabelais, Homero, Fellini, Visconti, Rosselini, Pessoa e Houellebecq.
Uff, é obra! Mas por falar em obra ainda houve espaço para uma referência a algumas: Dama das Camélias, Das Kapital, Os Maias, vá lá, um português para além do Pessoa, As Iluminações, As Flores do Mal, Por Quem os Sinos Dobram, dissimuladamente, A Montanha Mágica, e ainda espaço para uns toques nas quintas e nonas (para deixar os papalvos à nora) e nuns filmes que realmente valem a pena.
E para que ninguém fique com dúvidas lá está o conselho amigo: Vá à Wikipédia, ou leia Pessoa!
CFA faz lembrar neste artigo um ex-Primeiro ministro que confundia personalidade com arrogância, e se socorria da suas famosas "fichas de entradas" para adornar com um toque de cultura as entrevistas televisivas, as quais nos últimos mais pareciam as célebres Conversas em Família.
"Só se deve falar quando o que se tem para dizer é mais importante que o silêncio", eu sei disso e sei que o que acabo de escrever não tem importância nenhuma, mas ainda assim não resisto a duas conclusões.
Primeira: Só manda em nós quem nós deixamos que mande.
Segunda: O homem (e a mulher) sábio só sabe que nada sabe. E não precisa de dizer que sabe, para que os outros reconheçam que sabe.
Digo eu, que nada sei e não sou sábio.
(Sebastião José Saraiva de Carvalho Régio)
Post 393
O Jornal Expresso publicou no passado sábado o seu número 1999, preparando-se para entrar num nono milénio de publicações. É significativo, por várias razões, até porque tendo começado a publicar-se durante o anterior regime durante o qual digamos que foi vigiado de perto pelos poderes instituídos, ultrapassou a revolução dos cravos, e soube ultrapassar outras revoluções menos floridas e mais mal cheirosas.
A qualidade dos jornalistas, dos colaboradores e dos colunistas, bem como dos seus Directores ajudaram a marcar a diferença. O nível intelectual de figuras de prestígio como Pinto Balsemão, Marcelo Rebelo de Sousa, Augusto de Carvalho e José António Saraiva, sem menosprezo para os restantes, ajudaram a consolidar um projecto.
Pela nossa parte somos leitores do Jornal Expresso desde o seu primeiro número. É obra.
Salvo pontuais períodos de ausência do País ou quando estacionado em locais em que o mesmo não estava disponível, só por uma vez neste longo período tempo fizemos uma paragem de protesto na compra do semanário.
Foi quando na véspera de eleições legislativas o Expresso apresentou na primeira página a ocupar talvez metade da mesma o previsível futuro Primeiro-ministro, acompanhado de pequenas fotos dos lideres dos pequenos partidos, e só na terceira página aparecia, ainda mais pequena, a foto do líder do futuro maior partido da oposição.
Entendi, eu e muito mais pessoas, que sendo legitimo o Expresso tomar posição o deveria fazer como sempre fez, de forma clara e peito aberto e não de forma subliminar, como apareceu aquele número do Jornal.
Foram três meses de suspensão sabática. Depois, como bom filho, a casa tornámos.
Tudo o que atrás escrevemos tem a ver com o facto de termos sido surpreendidos esta semana com a despedida de vários colunistas, como aliás já vinha sucedendo a algumas semanas, prenúncio de grandes mudanças, mas que neste número do Jornal se tornaram mais evidentes. E em todas as despedidas de nota para além da natural tristeza da hora da partida, uma certa amargura pela forma como se dá essa partida.
Nomes como Inês Pedrosa, Ruben de Carvalho, João Duque, António Almeida e José Manuel dos Santos deixam de colaborar com mensagens que reflectem um estado de espírito critico(?) perante a nova Direcção. Em todos os casos houve uma palavra de agradecimento para quem os convidou, mas nem uma palavra de felicidades para o Novo Director Ricardo Costa. Significativo.
Esperemos que Ricardo Costa não faça como Artur Jorge quando chegou a treinador do Benfica e dispensou 17 ou 18 jogadores comprou 15 ou 16 novos e lançou o clube, que tinha sido campeão na época anterior, numa crise que levou mais de quinze anos a superar e com isso ajudou um clube rival a atingir resultados na altura difíceis de imaginar.
Que no Expresso os vindouros tenham pelo menos a mesma qualidade dos que partiram, e que tragam alguma mais-valia, são os votos sinceros de um leitor atento.
Estarão sob escrutínio atento, tal como Ricardo Costa.
Até breve.
Fomos surpreendidos com a notícia da morte de Carlos Pinto Coelho.
Não temos por norma fazer eco das qualidades de quem nos deixa, mas neste caso era impossível não o fazer.
A forma como Carlos Pinto Coelho divulgou a cultura merece que enalteçamos.
Sabe-se que os países têm tendência para evoluir tanto mais, e mais depressa, quanto os seus povos são mais cultos.
Se todos fossemos como Carlos Pinto Coelho, o país estaria uns bons passos mais à frente.
Ficamos na expectativa que por onde quer que passe continue a divulgar a Cultura do seus País e do País da sua eleição (Moçambique).
Nós ficamos (ainda) mais pobres.
ACONTECE.
Post: 180
A partir do momento em que o Governo, na Conferência de Imprensa em que mais parecia uma qualquer Junta Governamental a anunciar um golpe palaciano, decidiu dar a conhecer ao País parte daquilo que vai acontecer aos portugueses no ano de 2011, e às gerações vindouras no futuro, que as pressões para que o PSD diga qual é o seu sentido de voto, a começar em José Sócrates e seus ajudantes, com ameaças de demissão e outras coisas semelhantes, não têm parado.
Ontem foi Mário Soares que dá razão aos apelos feitos por três antigos líderes do PSD - Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes e Durão Barroso - para que o Partido deixe passar o Orçamento para o próximo ano, a ser apresentado na Assembleia da Republica até à proxima sexta-feira.
Almeida Santos já fez o mesmo, afirmando inclusive que acha bem que o Governo se demita, com algumas nuances, caso não consiga a aprovação do Orçamento.
António Mexia, do alto da sua cátedra da EDP, principescamente remunerada, acha que "qualquer incerteza neste momento é intolerável".
Os exemplos podiam multiplicar-se. Marcelo Rebelo de Sousa, por exemplo, partilha igualmente da opinião que o PSD deveria dizer já, ou já ter dito, que o Partido se abstém. Invoca para o efeito os acordos celebrados por si próprio e António Guterres quando este era Secretário Geral do Partido Socialista, e Portugal se aprestava para aderir à UE.
Eram outros tempos e outras pessoas meu caro Marcelo. Mais credíveis.
Nós porém sendo igualmente da opinião que em ultima análise o PSD se deve abster, somos dos que achamos que se deve esperar pela apresentação do documento na Assembleia da Republica.
Tudo por escrito, e se possível reconhecido no notário. Pedimos desculpa mas "eles" não merecem confiança.
Dizer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário é uma das suas especialidades. Têm mais.
E nunca se saberá o que lá viria se o PSD ficasse antecipadamente "amarrado" a um compromisso que ao contrário de outros cumpriria.
Uma questão de palavra
Pormenor do quadro "O Grito" colagem de João Portalegre
Portugal ao som da musica celestial transmitida pelo Governo e seus acólitos afunda-se, e já não tão lentamente como se possa imaginar.
E tal como aconteceu com o Titanic, a orquestra continua a tocar.
Mas em Portugal não foi o imprevisto, nem o azar nem o acaso que originaram o desastre, mas sim a megalomania, a incúria a incapacidade, se quiserem a incompetência, quem lançou o País neste naufrágio.
Podem apontar o dedo ao iceberg (a chamada crise económica mundial), mas como é sabido a parte visível deste representa apenas 1/7 do seu volume total. E no caso de Portugal os 6/7 restantes foram vaidade, sobranceria, desprezo pelos mais fracos e a feroz vontade de tudo submeter aos calendários eleitorais.
A música ainda continua a tocar, mas os "marinheiros de água doce", a começar pelo "Mestre", querem atirar as culpas do naufrágio que se adivinha, para o nevoeiro, para os faróis de terra que não funcionaram, e sobretudo para todos os outros, que na sua opinião têm agora a obrigação de mandar os botes salva vidas apanhá-los, para que não morram afogados.
Pena é os portugueses, sobretudo os mais desafortunados, irem nesse caso igualmente ao fundo, porque para eles nem uma bóia.
Tivessem aprendido a nadar.
Foto: colagem de João Portalegre
Num dos jogos dos quartos de final deste campeonato do mundo de futebol vão defrontar-se duas equipas "envergonhadas" que vêem, a sua participação nesse desafio beneficiar de clamorosos erros de arbitragem nos jogos dos oitavos de final, os quais ajudaram, e muito, na sua passagem à fase seguinte.
Com efeito se fosse considerado o golo Inglês que faria o 2 a 2, a filosofia de jogo seria diferente e golos marcados em puro contra ataque por parte da Alemanha, quando a Inglaterra procurava afincadamente o empate, provavelmente não surgiriam.
No caso do jogo México vs. Argentina, esta equipa com um Messi em sub-rendimento e um Di Maria "escondido", beneficiou na primeira jogada de ataque com algum perigo de um off-side clamoroso, para inaugurar o marcador. E sabe-se da importância de um primeiro golo num jogo com aquele cariz.
Não se sabe, como é óbvio, quem ganharia os jogos se aquelas jogadas tivessem tido uma decisão acertada por parte dos respectivos árbitros. Poderia até acontecer que quer a Alemanha quer a Argentina fossem apuradas na mesma. Mas daquela forma é que não vale. Ou melhor, não devia valer.
Esperemos que no jogo de Portugal com a Espanha o árbitro argentino tenha um comportamento exemplar que nos permita gritar vitória pelo nosso mérito, ou sofrer na derrota pelas virtudes de nuestros hermanos, mas sem queixas nem dúvidas sobre a arbitragem.
E já agora os comentadores das nossas Televisões que nos "dias seguintes" e quejandos tão críticos são para os árbitros portugueses, depois de verem "cinquenta" vezes a repetição das mesmas jogadas duvidosas, podem pôr os olhos nestas arbitragens e concluir que se erra por todo o mundo e da mesma maneira.
Só é preciso concluir que não há interesses pessoais nesses erros. Caso haja então o problema já é outro.